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ISSN 0033-1983
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Para jornais, revistas e outras mídias

O PT e o sinal dos tempos.

Os 1 milhão e 200 mil reais oriundos de Marcos Valério, transportados em dezenas de malaspara as terras gaúchas, agora começam a cobrar seus juros. Três militantes do PT/RS estão sendo indiciados pela Polícia Federal. Marcelino Pies, ex-tesoureiro, da Esquerda Democrática (corrente de Henrique Fontana); David Stival, ex-presidente estadual da sigla (da Articulação de Esquerda) eofiliado Marcos Trindade (este é ex- PC do B), estão na alça de mira do delegado da PF Luiz Nestor Contreira.

Na verdade, tudo isso é uma pena. Primeiro, pela estupidez de Stiva. Ao ir de encontro ao ultra-realismo, tornou-se réu confesso, em depoimento para a mídia estadual. A gravação, somada a perícia tecnico-contábil, é prova judicial contra o correligionário de Olívio e Marcon. Somente uma profunda crença nas intituições da legalidade democrática podem fazer que um dirigente político ao menos oriundo da esquerda venha a confessar-se assim. Sem reflexos, sem capacidade de refletir, indo de encontro da lei e das penalidades.

Segundo, pelo absurdo da situação. Há pouco mais de 15 anos, o mencionar do sobrenome Contreiras implicaria pavor e agilidade na mente de militantes da esquerda latino-americana. Porto Alegre, cenário onde a famigerada Operação Condor operava, e dentro desta, a famosa DINA deitava e rolava junto das co-irmãs brasileiras, argentinas, uruguaias e paraguaias. A DINA, polícia política do Chile de Pinochet, não é a mesma polícia do delegado Contreiras.

Também não é o mesmo o motivo da atuação repessiva e de investigação desse inquérito. Não, não é um IPM. É um inquérito de crime eleitoral, caixa 2 de campanha. A razão? Cobrir os custos das campanhas de 2002 e 2004 do PT no estado gaúcho. Porque? Para que? Abrir uma saída de cloaca do Valerioduto na Porto Alegre capital de uma região fronteiriça. Tanto risco para isso?

Perda de reflexo e de sentido político, nos motivos que levam um homem e uma mulher a fazerem sua opção política. Voltando ao pragmatismo contemporâneo, a direção atual, Olívio à frente, já lava suas mãos. É certo que todo o bochincho não deve dar em nada, a não ser no estarrecimento de quem ainda tem boa memória. Se esta nota pareceu meio enigmática, temos certeza de que a velha e a média guarda política compreendeu, e muito bem, o sentido destas cambaleantes palavras.

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