Em debate dominical durante programa de rádio comunitária (Santa Isabel 91,7 FM, Viamão/RS) atividade que realizamos há mais de dois anos, um ouvinte ligou e fez uma pergunta direta:
- Como vocês posicionam politicamente as candidaturas de Olívio Dutra e Yeda Crusius?
Procuramos responder de forma direta e conceitual. De forma tranqüila, caracterizamos Yeda como neoliberal e Olívio, hoje, como de centro. Não estou discutindo o posicionamento declarado de um candidato ou de outro, mas sim a resultante das coligações e alianças que sustentam a corrida no 2º turno.
Assim, o que constrange Olívio impulsiona Yeda, embora dificulte a aceitabilidade de suas propostas ao menos como pacote de marketing político. Olívio foi na Agert, sua bancada assinou o Pacto pelo Rio Grande e ambos foram ontem ainda (10/10) na Fiergs comprometerem-se com a Agenda Estratégica 2020.
Considerando que a estratégia prevê o choque de interesses irreconciliáveis, sendo que e o caixa da sociedade atual termina passando pelos canais de redirecionamento do Estado, resta saber como se vai proteger e dinamizar um modelo econômico não-complementar ao oligopólio?
Como existem normas de funcionamento do jogo real da política e da economia, esta constatação, por si só, já posiciona Olívio no Centro, quando muito e com boa vontade, na centro-esquerda. Óbvio que entre pajadas eleitorais e relinchos de potros para ambos os lados, somado com a boca grande e despudorada do homem de confiança de Jorge Gerdau, o neo-neo Paulo Afonso Feijó, na disputa, Olívio Dutra ganha mais simpatia para o sentimento popular e com arraigo nativista no Rio Grande.
Nada disso é novidade nesta parte do mundo. Para não falar de Bento, Bento Manuel, Onofre Pires, Vicente da Fontoura, Netto e Teixeira Nunes, cruzamos para a banda de lá e vejamos.
Entre Belgrano e Mitre, nos causa muito mais simpatia o primeiro. Mas, entre os dois primeiros juntos e Guemes e San Martín, não há comparação possível. O problema, tal e qual na luta entre os directorialistas unitarios argentinos, é que nem José de San Martín nem Miguel Martín de Guemes estão na contenda gaúcha atual.