Desta vez vamos abordar algo de forma conceitual. Não vou falar do Detran-RS, não ainda, não nesta nota. Atenho ao tema econômico, ou melhor, das relações de produção, circulação, geração e administração de bens, serviços e infra-estrutura. Como disse o atual presidente da Anatel e ex-ministro de FHC, Ronaldo Sardenberg, “política e economia é uma fronteira muito tênue”. Muito mesmo. Só resta avisar para os economistas neoliberais e os comentaristas destes economistas na mídia grandona.
Não há negociação sem relação de força. Não há transação econômica que ultrapasse os limites de um contrato moral entre as partes. Não existe modo de produção que não assuma um pressuposto filosófico. Ocultar isso e naturalizar as premissas como algo dado de antemão é absurdo. Não é faltar com a informação, é atentar contra a massa crítica.
Monteiro Lobato disse: “Leia, um país se faz com homens e livros!” E, escreveu o Poço do Visconde, batendo contra a mídia grandona da época, Chateaubriand à frente, onde se afirmava aos quatro ventos que no Brasil não tinha petróleo. Hoje, nas terras de Érico Veríssimo, se afirma o mesmo quando o assunto são as finanças da Província de São Pedro.
Seriam asneiras de focas se não fosse caso pensado e estudado. A premissa oculta é um crime de lesa consciência. Na politologia – conhecida no Brasil como “ciência” política – os neoinstitucionais ocultam a premissa de que para eles, a democracia é um conjunto de regras mais ou menos complexas, pouco ou nada substantivas. No “jornalismo econômico”, a pindaíba intelectual se dá na macaqueada dos papagaios de pirata dos Chicago Boys e seus descendentes.
Não é um caso de polícia, é um caso de Política, com P maiúsculo. Passando longe, muito longe da polititica da política econômica constrangida pela economia política subordinada à econometria financeira. Quanta besteira.
Nota originalmente publicada no portal de Claudemir Pereira