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A queda do ministro que não chegou a ter sido


Preterido pelo presidente que reza ao subir em aviões, Aldo Rebelo era o homem indicado pelas Forças Armadas do Brasil do século XXI.



O universo da política deveria contar com uma ferramenta de busca e pesquisa. Trata-se do recurso da trajetória e vida pregressa. É costume afirmar, quando um meliante ingressa em alguma delegacia, a ficha corrida do “elemento”. Não quero dizer com isto que devamos ter uma posição de plena desconfiança para com os políticos profissionais. Plena não, mas desconfiança prudente é sempre recomendável.

Tal o é, que a troca do titular do Ministério da Defesa beira o absurdo. O governo da “esquerda” substitui a um emedebista por outro emedebista. Para, no final das contas trocar um mudo por um declamador contumaz. O paradoxo ainda é maior quando o Estado Maior da Defesa, a comandância das três forças, preferiam ao ex-comunista Aldo Rebelo do que aos ex-opositores legais do regime protagonizado pelo complexo burocrático-militar. Sai Francisco Waldir Pires de Souza e entra Nélson Azevedo Jobim. Troca-se o ex-governador da Bahia, então pelo PMDB de Sarney e o finado Ulisses Guimarães. Entra Nélson Jobim, fiel representante do estilo menemista de levar à frente a função de líder na bancada do governo de turno na Suprema Corte, no caso brasileiro, STF.

Lula mudou sem mexer em nada de estrutural. Convoca ao premiado Jobim, leal com seu governo, sempre que o natural de Santa Maria da Boca do Monte no governo estiver. Mantêm a aviação sob controle da Defesa, flertando com a FAB, mas fora do extinto DAC, agindo sob tutela da Anac, tal qual a Anatel a não controlar absolutamente nada. O setor aéreo bate recordes de lucratividade, considerando que a indústria tem custos fixos altíssimos. Eis a pista do caos em que vivemos. As empresas são poucas, sendo Tam e Gol equivalentes a 90% da capacidade de transporte nos céus do Brasil. A quebra da Varig e a possível louca triangulação com Berezovsky não são coincidências. Tudo tal estranho como a fortuna encontrada no negócio bovino entre Roriz e o Constantino pai. Em suma, cinco anos após assumir, a loucura permanece nos céus brasileiros.

Faltam passos concretos, que com certeza não serão dados por Jobim nem por nenhum outro leigo no assunto. Estes poderiam ser: - a construção de um aeroporto na Grande São Paulo; - a desconcentração da malha aérea nacional; - a passagem do controle da aviação civil para o Ministério dos Transportes; - o direito a sindicalização dos controladores de vôo; - a multa cumulativa para as quebras de conduta de concessionária de serviços públicos, quebras essas feitas seguidamente pelas empresas de aviação; - uma devassa fiscal na Infraero; - a demissão coletiva das “autoridades” encarregadas de gerir o transporte aéreo no Brasil.

Além do óbvio, só resta o discurso vazio. Ou então, confiar nas alturas celestes, como confessou ser a prática costumeira de nosso presidente.

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