Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

Os deputados federais e a ética do fisiologismo

atribunanews

No país do vale tudo, a filha de Joaquim Roriz, flagrada pela lente discreta do traidor dos políticos profissionais do DF, é absolvida por seus pares na Câmara dos Deputados. Depois dessa, será que ainda restam argumentos para a defesa do presidencialismo de coalizão e do pacto de governabilidade?

1º de setembro de 2011, Bruno Lima Rocha

A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi absolvida por seus colegas da acusação de quebra de decoro parlamentar. Nesta terça-feira, a filha do outrora todo poderoso chefe político do Distrito Federal fora perdoada por seus pares. Nunca é demais lembrar que a brasiliense fora filmada embolsando dinheiro vivo das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais de seu pai e de José Roberto Arruda, Durval Barbosa; e a quantia fora por ela assumida como recurso de campanha para deputada distrital (2006), quando então concorrera pelo PSDB. Tais imagens circularam em rede nacional e têm ligação com a Operação Caixa de Pandora, inicialmente apurando o episódio do Mensalão do DEM. Ou seja, não se trata de ilação criativa. É um flagrante, e foi perdoado.

enviar
imprimir

O instrumento da votação secreta fora mais uma vez empregado para condecorar uma cumplicidade inconfessável. Esta também reflete os custos da tal da governabilidade. Nos três últimos governos, o Planalto exercera sua capacidade de construção de bloco de apoios negociando esta coalizão através de mecanismos vergonhosamente reconhecidos por toda a nação.

Não quero cair em dilema moralista, mas é impossível fugir do debate da ética. Certa feita, ao desenvolver este raciocínio em entrevista para uma rádio da capital paulista, quase me compliquei judicialmente. A âncora me perguntara se eu entendia como a missão principal da Mesa Diretora do Senado, assegurar transparência e defender a ética. Disse não, que era justamente o oposto. Ora, se a composição do grupo político do udenista José Sarney existisse para assegurar alguma transparência na coisa pública, já o teria feito quando ainda pertencia a ala bossa nova da agremiação golpista de Carlos Lacerda. Sua meta é ampliar o raio de poder, comportando-se conforme a ética prevalente entre os pares, que por sinal o elegem.

A história se repete. Jaqueline Roriz fora absolvida também porque seus pares vêem nela um espelho da própria conduta. O instrumento do voto secreto poupa declarações inócuas e custos políticos extras. No país onde a democracia depende de um Poder Legislativo cuja maioria de sustentação é negociada através de prebendas, espelha uma cultura política já muitas vezes aqui por mim “polidamente” retratada como paroquiana, fisiológica, patrimonialista, de clientela e atravessada por nepotismo e corrupção.

Os 265 votos contrários a cassação de Jaqueline Roriz, proclamam em silêncio cúmplice, um manifesto a favor dessa odiosa forma de fazer política.

Este artigo foi originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat






voltar