Começou, não apenas a Copa do Mundo, mas a loucura do país parar para assistir aos jogos da seleção brasileira. É um momento muito interessante, onde todos nos mobilizamos por civismo, uma mescla de ufano-nacionalismo e paixão desportiva. Dois debates se entrecruzam agora. Um, é a administração do futebol brasileiro; leia-se, a política do futebol. Outra, o fato do jogo dentro das 4 linhas, como dizia o saudoso João “Sem Medo” Saldanha. Se o país pára, melhor assim. Frontalmente, sem escusas, assumindo a condição de que respiramos futebol.
Nas entrelinhas da Copa do Mundo, a HDTV, televisão de alta definição vai sendo definida. Sabiamente, o presidente postergou o anúncio do modelo, isto para o dia 29 de junho. Mas, ao que tudo indica, sairá mesmo para os japoneses. Pena e lástima que o melhor do Brasil são os brasileiros, apesar de que alguns “brasileiros” não creiam em nós mesmos. É o mito da burguesia nacional com destino supostamente manifesto à autodeterminação. Que nada pensa o grande investidor. Melhor é se associar aos japoneses, tal e qual nos endividamos nos anos ’50 para trazer as multinacionais automobilísticas; quando se investem menos de 5% do orçamento no quarto setor; quando o mercado universitário perde qualquer correlação com o mercado de trabalho, e tudo isto termina estourando com a genialidade criativa e fantástica dos pesquisadores BRASILEIROS que se debruçaram aprimorando os padrões importados e formando o SBTVD.
A peleia ainda vai se dar pelo SBRD, visando a salvação da lavoura eletromagnética do gênero nascido no país, o da crônica esportiva diária e cotidiana. Por mais que se unifiquem os sotaques com a competência dos fonoaudiólogos da nave mãe, é na locução desportiva do rádio onde se encontra a diversidade. Pena, pena mesmo, que nossa tão amada crônica desportiva, se interesse mais por vender lâmina de barbear e sortear ingresso de motel do que se meter, e de cabeça, nas devidas investigações sobre as contas de João Havelange e Ricardo Teixeira.
Paro por aqui até para não cruzar e antecipar futuro artigo. Esta Nota e as demais que virão enquanto o Brasil durar na Copa do Mundo, vão se debruçar sobre nossa paixão. Isto porque, por mais vazia que seja a cabeça de Ronaldo, estamos muito mais preocupados com a forma física dele do que a do ex-metalúrgico Luiz Inácio. Fica aqui nossa singela homenagem para aqueles que fizeram e grassaram pelos caminhos da escola de gente como o já citado alegretense João Saldanha, o saudoso Sandro Moreira, e o recém falecido Fiori Gigliotti.