O blog do Josias, do grupo Folha, deu hoje a informação que reproduzimos abaixo:
“ Em reunião tensa realizada na noite passada no Palácio do Planalto, o ministro Antonio Palocci (Fazenda) transferiu para Lula a decisão sobre o seu futuro. Condicionou a permanência no governo a uma definição do chefe em relação às metas de superávit primário.
Depois de ouvir de Palocci o segundo pedido de demissão em menos de uma semana, Lula insistiu para que ele reconsiderasse a decisão. O ministro disse que não se sentia seguro em relação à disposição do governo de manter a meta de superávit de 4,25% do PIB. “
Não reproduzimos aqui também, o que de mais grave foi expressado pelo sanitarista Antônio Palocci. A meta superavitária já pode deixar qualquer um com os cabelos em pé. O mesmo ministro também afirmara ser essencial a continuidade da política econômica independente da vitória ou derrota eleitoral de Lula em 2006. Ou seja, o mandato do povo brasileiro teria para ele, menos valor do que o mandato do Mercado. É simples, e teoricamente bem explicável. As margens de manobra estariam tão estreitas que os agentes externos podem dar-se ao luxo de condicionar a qualquer que seja a proposta eleita; sob qualquer mando e abaixo da sombra de toda e qualquer liderança e/ou partido.
Assim como o Mercado quer um capitalismo sem risco nem barreiras, esta segurança econômica implica uma presença do Estado cada vez maior. Intervenção direta mesmo, através da política econômica. Esta, coloniza a Política e a torna polititica; um mero jogo de barganha (pork barrel, bench keeperse outros conceitos importados mais). A economia que define um país, a Macro Economia, é substituída pelo curtíssimo prazo dos capitais voláteis. Transforma-se a base produtiva do Brasil como escora da loucura. As aplicações ganham o ritmo de jogatina semi-regulada pelo Compom, o Banco Central, o Tesouro e o ministro da Fazenda. Como donos provisórios das chaves do cofre, o pouco que sobra de recursos fica para o governo eleito (qualquer um), que tem de negociar sempre com o modus operandi da polititica.
Primeira conclusão nada “científica”. Preferíamos não estar postando nenhuma dessas notas. Tudo isso é a Política na CTI, aguardando a próxima mágica de algum dedicado médico do SUS. Este, faz milagres todos os dias, na fronteira do caos de uma saúde pública da 11ª economia do mundo, sofrendo por falta de equipamento e remédios. Temos a certeza quase “científica”, de que somente uma operação a fórceps pode salvar este paciente atingido por um câncer que o corrói pouco a pouco.