O prefeito de SP, José Serra, pré-candidato a morar no Palácio do Planalto a partir de 2007, está muito feliz. Primeiro, pela ajudinha dada pelo ex-quase tudo do governo Lula, José Dirceu, que disse em alto e bom som que " ele é não é pau mandado, éindependente do capital internacional" . Segundo,porque acaba de receber a delegação de futebol do São Paulo, tri-campeã do mundo na Prefeitura. Embora palmeirense fanático, Serra abraçou o goleiro Rogério Ceni, posou com a taça e distribui sorrisos. Terceiro, porque só depois de Serra, o Governador de SP, Geraldo Alckmin, vai ter chance de ver os tricampeões
paulistas mundiais.
Queríamos assim apresentar algumas hipóteses:
1- José Dirceu está jogando contra a candidatura do próprio Serra. Ao aproximar-se do inimigo, estaria sinalizando para os amigos da Banca que Serra é perigoso.
2- Serra de fato seria mais desenvolvimentista do que o neófito Palocci. Por outro lado, há uma afinidade de trajetória entre Dirceu, Maia e Serra. José Dirceu, ex-DI do Partidão em São Paulo, resgata o que haveria de combativo em sua trajetória, aproximando-se do ex-dirigente nacional da AP entre ’64 e ’66, ex-presidente da UNE, José Serra.
3- Lula libertou-se do jugo político-partidário do esquemão de Dirceu e deitou-se em berço de ouro. Trocara o exercício do poder pelos fetiches e confortos da vida palaciana. Esta pode ser; Dirceu magoadíssimo, vinga-se de seus correligionários e de uma criatura política chamada Luiz Inácio.
4- Alckmin é menos perigoso na urna do que Serra. Dirceu elogia Serra e fortalece a pré-candidatura do governador de São Paulo, herdeiro de Mário Covas, queridíssimo da cúria romana em solo brasileiro.
5- Tudo é verdade, e dentro do campo político, haveria uma afinidade programática, mais além do estilo, entre Serra e Dirceu. Ambos lavaram seus discursos, mas mantêm alguma via nacional-desenvolvimentista. Já Lula e Alckmin haveriam lavado suas práticas; sendo que Lula é o querido da Banca e Geraldo é o querido de todos os capitais brasileiros e gringos operando no Brasil.
6- Um momento definidor de tudo passa pelo posicionamento de FHC. Para onde o dedo do príncipe apontar, sai um nobiliarca para o Planalto e o outro continua Sapo do Tietê, cuidando das enchentes do verão paulistano. FHC, assim como Getúlio, está que é uma esfinge.
7- Se Dilma correr para algum cargo majoritário, representará a linha de Dirceu nos palanques e urnas. Resta saber qual o campo de alianças a ser tratado por ela e através dela?