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EUA x ISIS, “outra guerra estúpida” onde a esperança da humanidade está nas forças curdas

directnews.gr

Mapa do cerco a Kobane, onde as bandeiras negras são as forças do ISIS e a bandeira amarela representa o contra-ataque curdo.

 

13 de novembro de 2014, Bruno Lima Rocha

 

No início de setembro, enquanto a OTAN realizava o seu encontro anual, com o secretário da aliança passando o chapéu para apertar as receitas dos países membros, constatava-se uma corrida do horror. Alimentados pelos aliados dos EUA na região, a Al-Qaeda força a fronteira da Síria com Israel e, ao mesmo tempo, anuncia a formação de seu braço na Índia. No Levante, enfrentam-se criador (Al-Qaeda, através de seu braço, Frente Al Nusra) e criatura (ISIS, racha da Al-Qaeda no Iraque). A superpotência assistia “quase inerte”, para não se envolver demais e criar um novo despertar sunita. Por fim, a grande questão é: - Como é possível uma força móvel, o ISIS, ser financiada por um califado pirata que vive vendendo petróleo? Óleo cru não é tão simples de transportar e menos ainda de realizar compensações bancárias correto?

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A pressão da opinião pública e o foco no Iraque - ao invés da Faixa de Gaza - levaram a Casa Branca a deixar a inércia e dar sequência a “Outra guerra estúpida!” Esta frase, era a definição do senador democrata pelo estado de Illinois, Barack Hussein Obama, ao criticar a escalada de guerra de Bush Jr no Iraque. Agora, sua administração enfia as patas no lamaçal anti-ISIS sem fazer o menor esforço para secar a fonte de recursos do proto-Califado. Vai jogar os EUA no olho do furacão novamente e atiçar a reação dos aliados do Golfo, justamente as monarquias wahabbitas aliadas da superpotência e fornecedoras de bens e suprimentos da Al Qaeda e do ISIS.  

 

A superpotência mantém o padrão, reproduzindo os mesmos erros da Guerra ao Terror (GWOT).  Estes agora serão repetidos em nova (re) intervenção na Síria e no Iraque. Qualquer conhecedor do Mundo Árabe e Islâmico deve se perguntar como é possível reproduzir o mesmo critério duvidoso de apoiar um "jihadismo do bem", controlado pelos sauditas, contra outro "jihadismo do mal", apoiado conforme conveniência dos mesmos sauditas e outras monarquias e emirados petrolíferos?! Como a paz com o Irã e a revalorização dos xiitas está fora de cogitação, a Casa Branca vai se afundar ainda mais no pântano cavado pelo Departamento de Defesa (DoD) no início do governo Bush Jr e vergonhosamente continuado por Barack Obama.

 

A confusão só aumenta. O governo Obama aponta críticas diplomáticas para o regime de Assad, na Síria e diz que quer preparar uma ofensiva contra o ISIS. Para tanto, conta com a oposição “moderada” do Exército Livre da Síria (satélite da Turquia) cujos fundos estão minguando! Mais fácil seria uma trégua na Síria. Simplesmente sem a triangulação com o eixo de aliados Assad-Hizballah-Irã e a presença de xiitas no Iraque esse combate não se dará. Ao invés de cortar a fonte, John Kerry passeia entre sheikhs e a adula o monarca dos sauditas e sua corte parasitária.

 

O problema está justamente nos aliados da superpotência na região. E, alguém pode explicar como se negocia Usd 1 milhão de dólares dia em óleo cru (através de oleodutos e refinarias controladas), partindo a produção de um califado não reconhecido internacionalmente?

 

Se há uma boa notícia é a presença cada vez maior da esquerda curda na região do Curdistão pertencente ao combalido Estado sírio. As forças agrupadas nas Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG é a sigla a partir da original em árabe) agregam milicianos de múltiplas confissões e organiza a resistência em Kobani. O YPG faz parte de um conjunto de cantões no Curdistão sírio totalizando 5 municípios (cantões), 5 cidades e cerca de 100 vilarejos. Na resistência ao ISIS e sua guerra de aniquilamento e extermínio, as possibilidades de novas relações sociais dependem cada vez mais das milícias curdas e, infelizmente, estas terminam sendo também dependentes dos bombardeios contra as posições integristas do Estado Islâmico no cerco a Kobane.

 

Na política internacional nada é tão simples quanto parece.    

 

A versão original e mais curta deste artigo foi publicada na versão impressa do Jornalismo B.






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