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A memória voando entre costela assada e jogos de sombras


O general Carlos Díaz intentou criar um eixo de poder paralelo ao Executivo eleito. Ancorado na antiga aliança com o Partido Colorado, foi agarrado com os dentes cravando-se nos ossos da costela.



Uma conspiração em seu nascedouro foi abortada recentemente no Uruguay. Um churrasco “inocente”, entre Sanguinetti (ex-presidente, Partido Colorado) e o comandante e chefe do Exército, Carlos Díaz. Além destes, presente estava o ex-ministro de Defesa no segundo governo do mesmo Júlio Maria, o ex-senador pela Frente Ampla, Yamandú Fau e quase uma dezena do alto oficialato da força terrestre da Banda Oriental.

Resultado, a ministra de Defesa Berruti, advogada do Partido Socialista, junto ao presidente Tabaré Vazquez, assinou a demissão do comandante em chefe. O general Días já tinha uma trajetória de isolamento em relação ao poder político do Executivo. Circulava por atos e celebrações dos dinossauros da ditadura, posava de algo de nacionalismo em pleno acordo do TLC e do TEAR do Uruguay com os EUA e intentava descolar-se da autoridade presidencial. Ou seja, a boa e velha tentativa de autonomização das FFAA, especificamente de algum de seus principais operadores político-militares. Com muita fome, o osso da costela engasgara na atrofiada garganta do poder local.

É irresistível um grau de comparação inverso. Depois da operação da ECT, fez-se um silêncio de mosteiro beneditino em relação à participação do GSI na operação da Abin, à revelia da presidência, seu principal cliente. Ninguém tocou no general Félix, impávido titular do Gabinete ressuscitado por Alberto Cardoso na era anterior. O Planalto fingiu que não viu nada, a Abin retomara sua hierarquia oficial, quebrada pelo vôo do delegado da PCSP Mauro Marcelo, único fritado da Agência em toda a crise, Lange volta aos bastidores e nada nem ninguém fora punido.

Instituições contam, e as instituições informais das regras dos jogos reais e múltiplos são as que mais contam em cenários complexos e concretos. O cenário da conspiração e emparedamento é algo muito, mas muito detalhista. Como disse Ernesto Geisel, “essa história de golpe é complicado, sei por que já participei de uns 7”. No caso uruguaio, corta-se na jugular uma conspireta arquitetada pela raposa maior da Banda Oriental, o duas vezes presidente Sanguinetti. Já no Brasil, Lula agüentou no osso os ataques e quedas de seu esquema, aceitou a recomendação de JK “paciência, paciência, e mais paciência” e agora corre para o abraço na reta final. O GSI fica intacto, a memória brasileira também. Justo ao inverso do furacão que mobiliza a memória e as vontades populares de Justiça e Verdade nas duas margens do Rio da Prata.

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