Conforme já havíamos dito e assinado antes, quem lidera um bloco econômico, um subcontinente, um cenário regional, tem como obrigação bancar os vizinhos, ou então partir para a baixaria aos moldes imperiais. O Brasil de Lula não faz nem uma coisa nem outra, e mesmo antes, na Era do Príncipe, a discussão de fundo era a inserção mundial subordinada da América do Sul, com o Brasil à frente e negociando em separado.
A dúvida seria para onde iríamos? Para a ALCA? Seríamos sócios minoritários da União Européia tendo o Gigante em Berço Esplêndido como feitor? Quase tudo indicava que sim, até que um Estado resolveu pôr as mangas de fora, adonar-se dos próprios recursos e agressivamente tentar bancar o que desse de seu projeto autônomo.
Mesmo reconhecendo que, definitivamente, a presença de lideranças carismáticas não substitui nem de longe a participação popular, é necessário reconhecer que esta modalidade política é recorrente na América Latina. O que não dá para compreender como inevitável é a falsa bipolaridade entre neoliberalismo e “populismo”. Dá até para discutir esse tal “populismo”, mas isso é outra Nota e outra Pauta.
O que é necessário compreender e de uma vez por todas, é o fato concreto de que não há integração econômica viável sem mudança de modelo e aumento de renda e condições de vida da maioria dos cidadãos de nossos países. A única “commodity” Bolita e Venezolana com peso internacional passa por seu subsolo. Isto, em um mundo que caminha a passos largos rumo a escassez de energia não renovável. É óbvio que um governo em busca da autonomia decisória e respaldo popular tenha quase que a obrigação de deter as decisões fundamentais a este respeito.
Se isto é irresponsabilidade, então é melhor não ter responsabilidade.