Dimas Toledo e Nilton Monteiro. Esses são os últimos nomes presentes em operações de espionagem política combinada com cobertura e contra-informação midiática. Sem dúvida, a política é algo complexo e cada vez mais parecido com uma fábrica de salsicha.
Ao menos este tipo de "política", onde os agentes coletivos se subordinam a atores que são mais ATORES do que a maioria dos globais contratados pela Record de Edir Macedo. A lista de Furnas é como um novela, mas duas teses a respeito desta "fumaça" tem de ser levadas em conta.
1o.) A lista é falsa, estupidamente falsa, ao menos a lista original.
2o) Alguma lista existe, ou algo semelhante. Nenhuma farsa é tão grande sem ter um lastro de realidade.
É como a "estória" do Dossiê Cayman, o mesmo que projetou o ex-Hoover brasileiro Vicente Chelotti e o atual D-G da PF, Paulo Lacerda. Nilton Monteiro afirma ter listas reais, segundo a entrevista concedida ao repórter do blog do Noblat, Leandro Colón. Segundo a matéria que consta hoje no veículo eletrônico:
" Os tais recibos teriam sido assinados porassessores ealguns dos 156 políticos quereceberam para as eleições de 2002 um total de R$ 36,5 milhões doados pordezenas de empresas brasileiras e multinacionais."
Ou seja, onde há fumaça, há manobra diversionista e também muita fogueira ardendo. Mas o problema é de fundo e temos de encará-lo de frente.
Nos clássicos da política, muitos analistas e pensadores encaram o Estado como um acampamento militar. Modestamente, numa banca de seleção, escutei de um dos papas da "ciência" política brasileira que o "o Estado, em altas esferas, não passa de um bando de ladrões".
Pode ser, mas também é uma mega-rede entramada por interesses conflitantes e congruentes entre distintas coletividades. Sim, enquanto isso, o nome de Furnas chafurda na lama.Justo onome da empresa estatal que garante o fornecimento de energia para o país.
Um conflito tático se desenvolve entre PSDB e PT. Disputam o controle do aparelho de Estado, através do governo da União. O conflito estratégico se dá entre o controle estatal do fornecimento de energia no Brasil, a peleia é entre Furnas-Eletrobrás e as operadoras multinacionais que se adonaram do patrimônio do país.
Triste é o país que conta com uma "esquerda" que se resume a disputar taticamente parcelas de poder e abre mão da estratégia nacional.
Quanto as listas, se deixarem a PF trabalhar, vai sair investigação concreta, como no caso do Banestado. O problema é depois. O resultado do inquérito e das perícias vai sair no meio da corrida eleitoral. Já será tarde, e ninguém assumirá a paternidade da lista.