Baixamos o manifesto, difundido por celular e lançado no Yahoo Brasil notícias. A fonte deste mega site é a Agência Estado. Expomos abaixo o conteúdo original à disposição na Internet e na seqüência vai a análise.
"A população carcerária vem perante os cidadãos tentar esclarecer a realidade do sistema carcerário e a conseqüente revolta ocorrida nos dias 12, 13, 14 e 15 do corrente mês. Durante muitos anos, a Secretaria da Administração Penitenciária recebeu informações de direções e funcionários das unidades prisionais que tinham atitudes ditadoras sobre sentenciados, muitas vezes geradas por animosidades pessoais ou, pior, pela ânsia de punir os sentenciados".
"No dia 11, apesar de há muito reinar a paz no sistema carcerário, governantes e autoridades ligadas ao sistema realizaram na calada da madrugada a remoção de aproximadamente 800 presos de todas as unidades do Estado para a unidade de Presidente Venceslau 2. Problema algum haveria em realizar as remoções se não tivessem sido feitas sem o conhecimento sequer das direções e de presos, com benefícios montados e que problema algum de disciplina vinham causando nas unidades em que se encontravam. E pior, na véspera do Dia das Mães. Ressaltamos que impedir o sentenciado de conquistar um benefício, sonhar com a liberdade e de receber o amor de seus familiares é o mesmo que arrancar-lhes as pernas e braços".
"A revolta ocorrida se deu por essa atitude egoísta do governo e de autoridades que visam apenas seus próprios sucessos políticos e não por reivindicações absurdas como telões e visitas íntimas no RDD como noticiam os periódicos. Esclarecemos que a revolta se deu no sistema carcerário onde os únicos prejudicados somos nós, presos. Quanto ao ocorrido nas ruas, infelizmente houve ações de muitos oportunistas que aproveitando-se da situação acabaram de tirar diferenças pessoais contra policiais bem como cometeram atos de puro vandalismo. Nada justifica o que aconteceu, muito menos o pavor que moradores e vizinhos das unidades prisionais e demais cidadãos sentiram. Porém é importante salientar que nós sentenciados somos seres humanos com anseios, sentimentos e esperanças. Não queremos nos eximir de nossas culpas e atos. Porém desejamos que não nos seja tirado o direito de sonhar, ter esperança de uma vida melhor. E sermos tratados com dignidade e respeito".
Ou seja, o vandalismo, segundo o PCC, de fato seria iniciado após a trégua de 2ª ao meio-dia, estipulada a partir da negociação direta com Marcola, o secretário da SAP, um delegado da alta hierarquia do DEIC e um cel. Da PMESP. Supostamente, a partir daí, os demais atos de sabotagem e ataques viriam de gente solta. Talvez “primos”, mas não “irmãos-soldados-lagartos” vinculados à hierarquia do Partido. A trégua foi fruto de negociação, não há dúvida. Mas, se os ataques não foram fruto de ordem e determinação direta dos 8 cobras, então a coisa é bem pior do que parece.
Isto porque, a insubordinação é uma prova cabal da falta de respeito pelos agentes de segurança e polícia do Estado de São Paulo. A onda violência como diz a mídia, no momento, passa pela perseguição implacável da polícia que opera na noite e madrugada paulista e região metropolitana, e sua caça e execução sumária de “suspeitos”.
Isto tem um nome, chama-se vingança, vendetta, o tal 10 por 1 contra o Cara de Cavalo em 1964. É fato que os assassinatos caíram durante o 2º governo Alckmin em função de uma maior organização da baixa marginalidade. Se esta cadeia de ordem e comando for rompida, então unidades como a Rota ficarão novamente liberadas para matar e periga do Partido começar a perder o controle. Isto, se e caso, não puder dar uma resposta cabal perante cada ataque da Polícia. É notável a perda de controle político e a retomada da autonomia decisória por parte do aparelho policial.
Será que Cláudio Lembo ex-reitor da Mackenzie e ex-secretário de Negócios de Paulo Maluf não vê isto?! Com certeza, Lembo sente falta dos bons e velhos tempos, com Fleury sujando, Tuma limpando e a moçada do CCC agradando a seu professor de direito.
Vale ressaltar a postura mais que silenciosa do secretário Saulo de Castro Abreu Filho. Nada fez e vê sua carreira ruir. Ganhará uma fritura como prêmio, possivelmente nem corre para a Alesp. Não fará falta. A bancada policial já é demasiado grande, a começar pelo Cel. Ubiratan e o Afanásio.
O desastre para o Estado iniciou-se na 6ª, quando a cúpula do PCC foi levado a negociar com o DEIC, de igual para igual, com pizzas, xis, fritas e refrigerantes. Isto não é “mordomia”, mas o reconhecimento cabal da existência do outro como Organização de Força. Este reconhecimento público ratificou o que já havia no privado, no mundo do sistema prisional e policial. Irracionalidade e babel repressiva, zorra total sem método e constantes quebras da cadeia de comando. É isto o que faz o maior estado da nação, gastando mais com polícia do que com saúde e educação. Tinha que dar nisso.