O PMDB realmente é um partido surpreendente. Ontem, na super-acareação com Delúbio, Valério, Simone e Waldemar, com direito a bordados da ex-mulher do político de São Paulo, foi a vez do tiroteio atingir ao ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira, hoje deputado federal pelo Ceará. Ele teria sido um dos beneficiados pelos repasses do Valerioduto visando “parte do PMDB”.; a emissora na agência foi sua ex-assessora Cláudia Luiza de Moraes, a quem teria empregado a pedido de seu sogro, hoje embaixador em Portugal, Paes de Andrade.
Analisando de um ponto de vista mais frio, vemos o seguinte. O padrão de recrutamento também passa pelas relações familiares. Assim, muita gente se compromete em função da indicação de parentes, contra-parentes e amigos diretos. Ou seja, as relações interpessoais continuam servindo para desvio, roubo e espólio dos bens públicos brasileiros. Ao mesmo tempo o PMDB, assim como o PP revelam na sua contradição interna, o tamanho de seus problemas. São coligações de interesses de oligarquias e capitais locais, onde o PMDB do Turco Simon e do Gringo Rigotto pouco ou nada tem haver com Paes de Andrade, Geddel, Renan e Sarney. O mesmo vale para o PP, comparando, por exemplo, a organicidade da direita agrária gaúcha, com Turra e Esperotto e seus pares do nordeste, tomando a Severino como bode expiatório nacional.
A falta de análise mais aprofundada trás a aparência de uma teia de aranha entre Congresso, governo e interesses cruzados de capitais. A coisa é complexa pelo volume, mas não é tão difícil assim de ser explicado. E, com paciência se chega no alvo, como no PMDB de Eunício de Oliveira e Cia.
É irresistível a brincadeira. Imaginem se Roberto Cardoso Alves tivesse vivo e Quércia no auge do espólio, o mesmo que faliu o Banespa. Ia faltar Mensalão no país. Ademar de Barros se locupleta no além, repetindo....”eu bem que dizia, fazia, mas dizia....”