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A China e o elogio da crueldade

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Deng Xiaoping (1904-1997), líder inconteste do capitalismo chinês, homem forte da China quando do Massacre de Tian Amen, operador – de forma indireta – de conceitos macro-societários dos degenerados neoliberais de Mont Pèlerin

31 de dezembro de 2010, Vila Setembrina dos Farrapos iludidos por latifundiários escravagistas, Bruno Lima Rocha


A situação do dissidente chinês Liu Xiaobo retrata uma proposta de regime político fechado com expansão capitalista ilimitada. Enquanto o professor é agraciado com o prêmio Nobel da Paz de 2010 e não pôde recebê-lo porque se encontra em prisão domiciliar, o mundo transpira – e se cala - a cada oscilação da taxa de juros do país que é o maior comprador mundial de títulos da dívida pública dos EUA.

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Nada disso é à toa. A China inspirada pelo ex-premiê Deng Xiaoping materializa um conceito caro ao neoliberalismo. É um raciocínio simples já expresso abertamente por doutrinadores como Milton Friedman. Trata de conceber as liberdades econômicas como superiores das liberdades políticas. Este Estado não inaugura uma era, mas expande em escala a conjunção de regime autoritário com economia de mercado incentivada por um governo interveniente. O regime “pioneiro” deste conceito foi o de Pinochet. Após o golpe de 11 de setembro de 1973 no Chile, a equipe econômica foi composta basicamente de ex-alunos de Friedman na Universidade de Chicago, também conhecidos como “Chicago boys”. O apelido destes mesmos operadores político-econômicos, dentro do país, era outro, um tanto mais realista, sendo chamados de “piranhas vorazes”.

Já na terra de Confúcio, os estudos recentes de implantação do capitalismo na década de 1990 apontavam para o nexo político-criminal como a forma de crescer economicamente. O lema “enriqueçam!”, proclamado por Deng ainda em vida, não veio acompanhado de normas e condutas de contenção do animal econômico e menos ainda de ampliação de direitos e garantias. Ao revés, a abundância de mão de obra barata e subserviente é essencial para aumentar as margens de quem lá investe.

Mesmo sabendo destas mazelas, no Brasil vemos economistas, colunistas e empreendedores econômicos demonstrando entusiasmo no modelo chinês como um todo. Já ouvi em programa de TV a notórios conservadores afirmando, após uma visita, a maravilha que é a “economia se desenvolvendo sem a pressão de sindicatos”. Outros se dizem gratamente surpreendidos pela “agilidade do poder Executivo” em tomar decisões fundamentais. Ou seja, sem pressão da sociedade organizada, a aliança entre Estado e Empresas faz o que quer e como quiser.

O elogio aberto da China traz consigo a idéia-guia de que o desenvolvimento produtivo está acima dos direitos fundamentais. Trata-se de pura e simples crueldade.


Este artigo foi originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat






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