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Funcionária aposentada da Petrobras ajuda a quebrar o ovo da serpente


Esta refinaria, poderia estar funcionando com outra matriz energética. Assim, quebraríamos a dependência louca, onde a estatal brasileira corre riscos para benefícios de outras transnacionais.

Recebi de um amigo, funcionário de carreira e concursado da nossa Petrobras, uma carta escrita por uma trabalhadora aposentada da estatal, encaminhada à jornalista Miriam Leitão do jornal O Globo. Nesta Nota vou me ater a reproduzir a carta desta brasileira com mais de três décadas de serviços prestados ao país. Fiz poucas modificações do original, e desde já peço que a autora me perdoe pela prudência, coisa que não é do meu feitio. Mas, como todos sabem, o momento é grave.

" Minha querida Míriam,

O culpado disso tudo se chama Fernando Henrique Cardoso que deslanchou o famigerado Projeto Gasoduto Bolívia-Brasil, que vinha sendo postergado pelos militares há décadas, não sem razão, pois o risco país, que é o que estamos vivendo hoje, era muito alto.

O corpo técnico da Petrobrás se opunha a este projeto. Na época, vocês chamavam a Petrobras de corporativista, reduto de marajás, etc. Mas a empresa tinha razão. Não precisávamos deste gás caro. Tínhamos e temos excesso de óleo combustível BTE (baixo teor de enxofre), o melhor do mundo! Mas tivemos que criar artificialmente mercado para este gás natural importado a preços altíssimos, já na época da assinatura dos contratos (1997).

O projeto foi desenvolvido na subsidiária Petrofértil (empresa de fertilizantes destruída pelo Collor), que então passou a se chamar Gaspetro. Seu Vice-Presidente Menezes (posteriormente veio a ser Diretor da Petrobras por seus "serviços prestados" durante o Governo FHC) tinha linha direta com o então Presidente da República, pois este projeto era um dos constantes no programa Brasil em Ação, e o Menezes tinha carta branca para assinar compromissos em nome da Petrobras.

Quando este projeto, já com todos os compromissos sacramentados, foi transferido para a Petrobras, eu tive a infelicidade de ser a técnica designada, pela recém criada Gerência de Gás (GEGAS), no Abastecimento, para avaliar o projeto. Na época o nosso Gerente era o Paulo Roberto Costa, hoje Diretor de Abastecimento, de quem tive a hora de ser Assistente Chefe de Gabinete até minha aposentadoria. A minha avaliação apontava para riscos que levariam a perdas enormes pela Petrobras, coisa de alguns bilhões de dólares. Para se ter apenas uma idéia, a Petrobras, através da Gaspetro, que agia em nome da Petrobras, assumiu 84% dos investimentos na transportadora do lado boliviano, GTB, para ter APENAS 9% de participação acionária naquela transportadora, onde fui posteriormente membro do Conselho de Administração por dois anos.

Ora, não se precisa ser nenhum gênio para verificar que aí tem maracutaia. Como se coloca 84% dos investimentos em troca apenas de 9% de participação acionária?? Quem ganhou com isso? Resp: Empresas "pobrecitas" como Enron, Shell e BG. Em 1999, fiz um relatório expondo, à então Diretoria da Gaspetro, os riscos que estávamos correndo, pois as antigas exploradoras, como Chaco, BG, Amaco, estavam fazendo uma verdadeira campanha, através da mídia, contra a Petrobras, que só entrou na exploração de gás e condensado na Bolívia, após a lei modificando os "royalties".

A Bolívia reduziu, por lei, os royalties, de 51% para 18% para novas explorações. Isto porque, quando a Petrobras, forçada pelo governo FHC, através da subsidiária Gaspetro - note-se que a Gaspetro podia assinar qualquer coisa em nome da Petrobras relacionada a este projeto sem passar pelo crivo da Diretoria da Petrobras - assinou os contratos de compra de até 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia, era sabido que a Bolívia, até então, só tinha reservas descobertas que garantiam 16 milhões de metros cúbicos por dia.

Ou seja, o inconsequente do FHC fez com que nossa maior empresa se comprometesse a comprar 30 milhões de metros cúbitos de onde jnão havia reservas e para onde não havia mercado!!! Espero que vocês, como seres humanos, possam avaliar, a despeito de ideologias políticas e de uma forma justa, o que representaram as decisões tomadas inconsequentemente no governo FHC. Considero a empresa em que trabalham aliada e a serviço do grande capital. Espero que vocês, como pessoas, possam ser mais grandiosas que isso.

Coloco-me a seu dispor para esclarecimento adicional e apresentação de

provas do que digo. Cordialmente,Carmen Barreto ”

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