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Raízes e conseqüências do Cassino Financeiro – o sistema que vive de suas crises


O presidente do Fed, economista de Princeton e herdeiro de Alan Greenspan no olho do furacão, Bem Bernanke. Quer garantir a rentabilidade e o nível de remuneração da agiotagem financeira. Para tanto, tem a cara de pau de dizer que os juros têm influência limitada na economia.



Bruno Lima Rocha

O início da década de 1970 apresentou um ambiente bastante conflitivo na sociedade estadunidense. Uma soma de fatores levou a uma medida de unilateralidade. A derrota dos EUA na Guerra do Vietnã: se acercava o ano de 1973, de retirada total na região; e o de 1975, quando a derrota seria ampla e geral. O cisma da perda militar refletia uma sociedade dividida. Richard Nixon ganhara uma eleição e antecipou a crise do sistema mundo organizado no pós-2ª guerra mundial. O país do automóvel era o símbolo vivo do Capitalismo Automobilístico. A matriz energética absoluta era o petróleo. 1973 foi o caos, pela Crise do Petróleo – uma resposta POLÍTICA dos países produtore - e a conta paga pelo mundo todo.

Quem passou o recibo do desastre e da emissão de dólares a custo baixo, elevando essa moeda como indexadora mundial foi o governo do presidente republicano que caiu por espionagem interna. Nixon rasgou o acórdão de Bretton Woods e desvinculou a conversibilidade direta do dólar em ouro. O acordo esse, o de Bretton Woods foi amarrado entre 1944 e 1946. Fruto desse arranjo após a derrota do Eixo surgira o Fundo Monetário Internacional. O FMI em tese tem a presidência da Europa. Nasce também o Banco Mundial (BM) - que obedece diretamente a Washington. O BM, pelas palavras de economista como Jeffrey Sachs, é uma instituição falida e operadora de picaretagem globalizada.

Na primeira metade da década de 1970, com a quebra da conversiblidade entre a moeda verde e os lingotes de ouro (US$ 35 para Uma Onça Troy), havia dólares de sobra e uma necessidade de crescimento do então chamado 3º Mundo. Nossas dívidas estourariam em menos de 10 anos. Nossas economias estavam indexadas ao padrão e valorização impostos pelo Federal Reserve (o Fed, ex-vice-reinado de Alan Greenspan, um fã incondicional de Schumpeter e de seu modelo de “democracia”). A dívida mil vezes paga caminha lado a lado da escalada bélica dos EUA de Reagan e da derrota da União Soviética falimentar no Afeganistão. A dívida pública interna dos EUA, a maior do mundo há mais de 20 anos, foi quem financiou a derrota do Estado da Nomenklatura. O mundo, e o terceiro mundo do mundo, foi quem pagara essa conta.

Em 11 de setembro de 2001 os EUA são atacados em seu próprio solo. Antes, somente em dezembro de 1941 no ataque de Pearl Harbor. A derrota militar no Pós 2ª Guerra foi no Vietnã de 1973. Nenhuma coincidência; a cada derrota bélica e de projeção política, a concertação de classe dos complexos industrial-militar, e agora os tubarões do “mercado” financeiro, aproveita-se a irracionalidade dos pressupostos de Milton Friedman, Friedrich Hayek e Cia. e aplica este receituário anti-societário. A desgraça se põe em marcha. É a “doutrina do choque” e Naomi Klein está coberta de razão.

Três meses após o ataque de 11 de setembro, em dezembro daquele ano, 13 meses após a vitória fraudulenta de Bush Jr., estoura a desgraça anunciada. A empresa gigante de energia Enron teve seu escândalo levado a público. Fraudara os balanços, e demonstrou ao planeta as raízes do descrédito com o mercado financeiro. Os papéis têm de representar um valor, tem de estar escoradas em um patrimônio líquido, em uma representação de economia real. Caso contrário, todo o sistema, de um capitalismo financeirizado, cai.

Essa desgraça anunciada já faz 7 anos. Se os balanços foram fraudados, e a empresa é líder de setor, o fato foi um crime de delinqüência financeira. E, uma ação como essa não é realizada da noite para o dia. Nasce, cresce e se desenvolve fruto de conspiração, de alterar um mecanismo complexo, implicando as empresas de auditoria, o fisco dos EUA, o monitoramento do Fed (Banco Central), mancomunada com credores e financiadores, e algum acerto com operadores-chave de mega corretoras. O modelo da aventura com o dinheiro dos outros cresceu e se multiplicou.

Não havia sido a primeira crise fruto de especulação, volatilidade e pura bandidagem. O caso de 1987, da fraude das cadernetas de poupança foi um, exemplificando a ideologia yuppie na Era de Reaganomics. Entre 1995 e 1999, o estouro da bolha acionária das ponto.com quase quebrou a Bolsa de NY. Em 1998 e 1999, ataques especulativos levam à falência um país do tamanho da Rússia. Nem a cronologia da ação é nova. A crise de 1987 durara perto de 45 dias; mais ou menos o estouro da quebra, da iliquidez e da insolvência mundial que estamos vivendo agora.

O que houve em 2008 foi a resultante de um abuso no próprio padrão de macro-criminalidade. Foram 8 anos de roubo ininterruptos, fraudando balanços, super avaliando papéis sem valor, liberando créditos a quem não podia pagar, evadindo divisas para os paraísos fiscais e financeiros. Ao mesmo tempo, estas medidas sistemáticas foram onerando a maior potência bélica do mundo, elevando sua dívida interna e forçando o país (EUA) no caminho da quebra. O balanço anunciado na metade de setembro de 2008 (terceiro trimestre) é a prova viva da desgraça da economia real financeirizada. Os corsários geraram perdas em suas próprias empresas, como o Citigroup (perda de US$ 4,4 bi); a mega trambiqueira Merrill Lynch (perda de US$ 5,1 bi, 112,5% acima do prejuízo de US$ 2,4 bi registrado nos 3 trimestres de 2007). Agora, resta saber, qual o balanço verdadeiro? Este que registra perda ou os que marcaram ganhos? Quem fia este balanço? O ex-presidente do Goldman Sachs, Henry Paulson? A empresa Standar & Poors ou outras picaretagens de “análise de risco”?! As perdas anunciadas, se é que não são fraudes para desvalorizar suas próprias ações, registram também a Continental Airlines (prejuízo de US$ 236 mi entre jul. e set. 08); a Southwest Airlines (perda de US$ 120 mi, a primeira em 17 anos). O prejuízo da navegação aérea doméstica dos EUA reflete – se o mesmo for verdadeiro – uma queda de transações financeiras e movimentação de mão de obra. O transporte aéreo é o termômetro do volume de negócios e temas afins.

A conseqüência da Guerra do Golfo é a prova do que digo, é o suicídio de um país em nome de uma classe (the upper class OU the super-rich) a quem Bush Jr fala abertamente: - I call you my base! – Eu chamo vocês de minha base! Em termos materiais, o governo de “my base” registra a maior queda de produção industrial, em setembro de 2008 marcando queda de 2,8%, a maior desde dezembro de 1974 (em plena crise do petróleo). No acumulado do terceiro trimestre, a marca da queda é de 6%. Como não tem almoço grátis, a boca da economia real - financeirizada e dependente da liquidez do sistema bancário e financeiro – deixou de alimentar às suas linhas e plataformas produtivas para apostar na roleta. Deu no que deu.

O volume de negócios eleva à sensação de desgoverno e descontrole do sistema financeiro global, ou a ausência destes. A coisa rachou ao meio. Não sai nem Bretton Woods para controle financeiro e nem se voltará ao caminho da aventura financeira ilimitada. Mas, o sinal está dado para o mundo. Outra chacoalhada dessas, fruto de desinformação e falta de responsabilidade do papel da regulação social – que ou o Estado faz, ou a sociedade faz por conta própria, mediante um processo de câmbio profundo, como necessidade prévia – e a Repressão que virá pode ser uma Grande Depressão.

Definitivamente, o Cassino Financeiro tem de acabar!

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