Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

A farra das passagens é parte da engrenagem

viajandaun blog

A ponta do problema descortinado na chamada farra das passagens demonstra por A + B o deslocamento e a autonomização dos representantes profissionais em relação aos representados.

Bruno Lima Rocha, Vila Setembrina, 22 de abril de 2009

A farra das passagens aéreas gerou revolta no eleitorado brasileiro. Foi o mais recente espanto anunciado, e não será o último. Estes escândalos não são episódicos, mas sistêmicos. Para quem pensa que exagero, sugiro a leitura do livro do repórter Lucio Vaz, “A Ética da Malandragem: no submundo do Congresso Nacional” (Geração Editorial, 2005).

enviar
imprimir

Infelizmente, o uso da máquina é generalizado. O conflito entre comportamento e discurso se vê quando mandatos de esquerda fazem uso das passagens para fortalecer uma agenda republicana. Assim comporta-se de forma parecida a maioria, mas não idêntica. Diferencia a característica. É de se esperar que um gabinete com agenda marcada por lutas e demandas republicanas, de ampliação de direitos e combate à corrupção, use as regras da casa para apoiar materialmente as pautas que crê. Assim como é de se esperar de mandatos ancorados em cultura política paroquiana, usando das mesmas regras para levar artistas televisivos em festas e showmícios, ou atender demandas de curral eleitoral.

Para entrar no tema, é preciso debater o problema de fundo. Dificilmente o titular de um orçamento de gabinete no Congresso será contrariado por sua “base”, por mais politizada que sejam estas pessoas. É o fenômeno do caciquismo político, de matizes mais ou menos comprometidos com as causas populares. O problema ultrapassa a clivagem ideológica. Uma vez que a Câmara sofre renovação considerável a cada legislatura, concluímos que o comportamento institucional e as regras internas deformam os atores políticos, mesmo aqueles da oposição atual. Para quem pensa que exagero, peço que comparem os mandatos de políticos da “ex-esquerda do PT” antes e depois do governo Lula. O mesmo se deu nos anos ’80, com alas do antigo “MDB de guerra”, antes e após a posse de José Sarney em 1985.

O que precisa mudar é esta acumulação de recursos e poder na representação política profissional. Para tanto, o país deve avançar em duas vias simultâneas. Uma via passar pela aplicação de instrumentos de decisão direta, do tipo plebiscitário, como ocorre em países como Uruguai e Suíça. Literalmente, mudando a rubrica do orçamento de uma democracia para outra. Assim, se transfere o poder decisório para a população mais informada, retirando parte do poder de barganha do ator político individual. A via complementar inclui algumas propostas básicas de funcionamento parlamentar, tais como: transparência total, orçamentos abertos e acesso irrestrito da imprensa em todo o Congresso; diminuição de orçamento e mão de obra por gabinete; limite para a reeleição parlamentar indefinida; votação nominal e aberta para todas as pautas, tanto em plenário como em comissão; e, no caso das passagens, proibição de transferir recursos do titular do mandato para terceiros.

Difícil é saber por onde começar. Qual parlamentar vai se arriscar a defender uma mudança estrutural no Legislativo? Porque para dar exemplo, é preciso cortar na própria carne.






voltar