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A luta do caju, do coco e da carnaúba


Quantos espinhos mais homens como este terão de enfrentar até poderem exercer sua própria vontade política?

Concluindo esta breve trilogia, positivamente nos chamam a atenção alguns aspectos.Um deles éa capacidade de organização dos prestadores de serviço como bugueiros, pessoal de apoio, organizadores de passeios, isto sem contar as firmas operadoras de turismo.

Mas o futuro não está no aeroporto, ao menos não para o modelo de desenvolvimento que apoiamos e defendemos. O futuro está no passado; em alguns aspectos deste ao menos. No cajú e no coco, já chegou o presente. Mais de duas dezenas de derivados para cada produto primário, incluindo aí fibras de tecidos, dentre outras. Pena é o volume da agro-indústria. É significativo, mas não avassalador como poderia ser.

Cajueiros, coqueiros e árvores de carnaúba abundam por todos lados. Fator positivo, que para os olhos desavisados, tendem a parecer terras semi-ocupadas. A produção primária e a agro-indústria terão de combater a especulação imobiliária. O mesmo vale para o meio ambiente, onde a especulação ataca sem dó nem piedade.

O problema é o volume de crédito e capacidade de comercialização. Embora conte comos serviços organizados e com setores não-concorrentes bem divididos, não há volume de crédito suficiente. Nunca há. Uma oportunidade seria a incorporação das ações majoritárias do Banco do Estado do Ceará (BEC)por seus funcionários. Aí sim haveria crédito, se e caso o BEC se torna-se de fato um banco popular, não mais um banco operando no mercado.Fica a torcida para que o BEC seja controlado por seus próprios trabalhadores.

Voltando ao crédito e micro-crédito,vale lembrarque este nunca chega ao ponto de concorrer com grandes conglomerados. Sabemos todos que o capital associado a máquinas político-partidárias é monopólico e avassalador. Os conglomerados de mídia cearenses que o digam.

Transformar estas atividades em cinturão verdeno entorno da capital é uma das saídas para a metropolização em andamento. Istoque pode vir a gerar umfreio para a ocupação de condomínios de forma acelerada.

Outra saída, por dentro do sistema e nas regras, são as compras de governo. Comprar ítens primários vinculados a associações de pequenos produtores, regionalizar parte dessas compras, aplicar produtos beneficiados na merenda escolar e com isso aumentar o poder de compra e consumo dos próprios pequenos e micro produtores e extrativistas. Diminuiria inclusive o poder das bolsas assistenciais, que embora importantes para a sobrevivência imediata, são moeda eleitoral escancarada e com livre circulação.

O fundo da questão é que mantendo a identidade, mantêm-se a memória. Associada a umaatividade econômica, dá noção de poder e barganha. Esta parte do passado outrora ganhou contornos de revolta e cangaço. A "nova ocupação" e a velha oligarquia querem outra forma de "desenvolvimento", onde a população tradicional entra como prestadora de serviço e complementariedade da indústria transnacional. Sejam estes produtos passeios, frutos ou gente.

A luta para aumentar a capacidade de exercer poder através dos frutos da terra será longa e árdua. A caminhada do caju, da lagosta, da carnaúba, do camarão, do coco e de todas as populações tradicionais é dura. Nada além daquilo que o povo daqui já faz há 500 anos.

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