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Ratzinger e o paradoxo do conservadorismo

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Karol Wotjyla e Joseph Ratzinger, o papa pop e seu ideólogo, um mineiro e um intelectual, criador e criatura do conservadorismo no Vaticano moderno. O polaco fora supremo em seu reino superficial, já o germânico não conseguira ser protagonista no próprio reinado.

19 de fevereiro de 2013, Bruno Lima Rocha

 

Por mais paradoxal que possa parecer, debatemos a renúncia do Papa Bento XVI passada a euforia do carnaval,  a maior festa do país, e por sinal, profana. Como sempre, analiso o ocorrido sob o prisma da base da pirâmide. No caso, a partir de duas décadas de convivência com agentes de pastorais leigos, padres e freis vinculados a quase moribunda Teologia da Libertação, versão popular do cristianismo que o ex-secretário do polonês Karol Wotjyla tanto combateu.

 

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Joseph Ratzinger, possivelmente, deixa o cargo por exaustão física e desgaste mental, ao perceber a incompatibilidade entre a produção intelectual de alto nível e a gestão executiva de um Estado supranacional, com burocracia autônoma e formas de financiamento pouco ou nada justificáveis. Se analisarmos as relações de força por dentro da Cúria Romana e das congregações hoje hegemônicas, verificaremos que alas conservadoras como Opus Dei, Comunhão e Libertação e Legionários, brigam entre si como facções rivais sem distinção de projeto teológico. No alto da pirâmide do apostolado romano, as relações entre fé e dinheiro são no mínimo promíscuas. Esta afirmação comprova-se com o império imobiliário denunciado pelo The Guardian e antes a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano.  Em sua base, o conservadorismo católico afasta-se do dia a dia das pessoas comuns, reforçando a predileção pelo rito e disputando o rebanho com outras instituições religiosas de conversão massiva.

 

No Brasil, podemos fazer uma comparação nada esdrúxula. Qual seria a diferença substantiva entre um pastor neopentecostal fazendo pregação conservadora em um horário pago de TV e um padre ou bispo, realizando as mesmas pregações em um canal próprio? Talvez, a única distinção seja a da responsabilidade, pois para ser ordenado padre é preciso no mínimo oito anos de estudo, equivalente a dois cursos de nível superior. Vivemos na plenitude da hipocrisia. Condena-se um pastor por sua grotesca pregação de homofobia, mas calamos diante de intelectuais de batina, em sua maioria filósofos e teólogos, falando exatamente a mesma coisa. Após servir lealmente para o avanço conservador no papado de João Paulo II, Ratzinger exauriu suas forças por também colher o que semeou.  

 

O paradoxo da tristeza é ver, na América Latina, as obras de pessoas como Camilo Torres, Óscar Romero, Samuel Ruiz, Pedro Casáldaliga, Ignacio Ellacuría, Hélder Câmara, Paulo Cerioli, dentre milhares de outros religiosos, submetidos a este tipo de hierarquia eclesial.

 

Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat

 






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