A cada dez anos, uma crise cíclica abala os estamentos militares brasileiros. No ano de 1997, uma série de greves de policiais militares, comandados pelos PMs de Minas Gerais, abalou de forma estrutural a cadeia de comando já frágil das chamadas forças auxiliares. Agora, com a greve e o motim dos controladores de vôo, em sua maioria sargentos especialistas, as raízes da antiga doutrina de segurança nacional, vai sendo podada.
A FAB, contra a parede como não se via há muito tempo aciona os controles para baixo e não para o lado. O lobby dos EUA impedira durante uma década a aprovação do tiro de abate. Se tivessem a capacidade de geração de fatos midiáticos com tem a mais importantes das diretorias da PF, a Comunicação Social (DCS – Agência PF), os oficiais aviadores já teriam virado os problemas às avessas. Uma patrulha de Tucanos de Caça, tiro certeiro na cauda de alguns aviões clandestinos e os herdeiros de Veloso, Eduardo Gomes e Burnier teria derrotado a tradição de Sérgio Macaco. Nada disso ocorreu.
É certo que o ministro da Defesa Valdir Pires não ajuda em nada, ao contrário. Leigo na área é também laico na ritualística, ofendendo a honra de “combatentes” do ar que não abatem aviões de narcotráfico nem de contrabando. Outros episódios anteciparam, nos últimos 5 anos, a incapacidade de “combate” dos aviadores. Na defesa da Embraer, por exemplo, na disputa de mercado com o Canadá, o Comando da Força Aérea, equivocadamente chamada de “Aeronáutica”, retrocedeu mais do que na Guerra da Lagosta.
Agora terão de andar para trás, não como lagosta, mas no passo do siri, de lado e de costas.