Demorou pouco, bem pouco, para o choque de gestão começar a manobrar no nível político. Trata-se das perspectivas de corte de gastos, em função da receita contida, a ser promovida pelo governo de Yeda Crusius. A começar pela ameaça de manter o chamado tarifaço de Rigotto, com o ICMS nas alturas. E, como se não bastasse, subir a base da tributação para 18%. O governo a ser empossado em 1º de janeiro até pode ter algum capital político, mas assim este se esgotará antes do que as magras poupanças do Rio Grande.
É a mesma lógica da suposta racionalidade da maximização de lucros e socialização de prejuízos. Tudo para não se voltar a uma única via possível ao longo prazo, que é mudar a matriz tributária, pelear duro contra a União e parar de usar os recursos dos bancos de fomento para co-financiar a oligarquia local e, principalmente, os capitais transnacionais a ela associados.
Não é para gerar ilusão alguma, choque de gestão, para os pressupostos neoliberais, é arrochar o que der e manter algum privilégio corporativo. Dinheiro o RS tem, mas tem de cobrar os mais de R$ 14 bilhões da dívida ativa para com o estado e que o Judiciário não julga e logo não consegue cobrar. Esta é uma das saídas, as demais implicam na renegociação da rolagem da divida interna para com o Governo Central e se preciso for, dar de mango na mesa, tunda de relho nas paredes e quebrar os contratos e prazos.
Vide a Argentina do “pingüim” Kirchner, como foi que saiu da fria congelante onde a oligarquia hermana da gaúcha daqui havia metido o país?! Não precisa se choque de gestão e sim deixar de tentar vender peixe velho como se estivessem reinventando a roda.