Continuando assunto da semana passada (museus) venho especialmente par dar uma dica. Na próxima sexta-feira, dia 07 de março, ocorrerá a inauguração da nova exposição do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM). Uma homenagem às mulheres que dedicaram as suas vidas às praticas de saúde a próxima exibição trará um perfil de diversas médicas formadas, parteiras e benzedeiras através de um resgate da história oral de cada uma elas. Contemplando também as médicas pioneiras: a primeira médica formada no Brasil, a gaúcha Rita Lobato, e suas sucessoras Ermelinda Lopes Vasconcelos e Antonieta César Dias, além de Alice Maeffer, a primeira formada em solo gaúcho a exposição terá como nome Mulheres e Práticas de Saúde: Medicina e Fé no Universo Feminino.
A data de abertura ao público coincide intencionalmente com o Dia Internacional da Mulher, oito de março. A intenção é trazer elementos de discussão sobre a mulher e em específico àquelas que se dedicaram às áreas da saúde, sobre a trajetória de médicas que venceram barreiras sociais e políticas para estudar, se formar e prestar atendimento médico quando a atividade era predominantemente masculina.. É interessante perceber que estão incluídas nesse tema a crença, a fé, a benzedura, que são elementos muitas vezes deixados de lado quando a discussão é medicina, no entanto é preciso considerar que diversas pessoas e famílias durante muito tempo preferiam ou tinham acesso apenas a essas mulheres que “curavam pela fé’.
O MUHM vem preencher o espaço que faltava no Estado para a preservação e divulgação do patrimônio histórico-cultural médico, tanto no que diz respeito à profissão quanto de seus profissionais. Na moderna concepção de museu, tão imprescindível quanto conservar, deve ser informar, fomentar e promover o conhecimento.
Revisão: Bruno Lima Rocha
Texto de Daniela Soares, editora do trecos&trapos.