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Os novos protestos contra o aumento das passagens

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A PM paulista avança contra o cordão de manifestantes, revelando assim um grau de concordância entre a prefeitura paulistana com Haddad à frente o Palácio dos Bandeirantes, com o tucano Alckmin no comando.

13 de junho de 2013, Bruno Lima Rocha

 

Porto Alegre, Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro são capitais com algo em comum no quesito protestos sociais. Estes centros metropolitanos estão passando por um momento contraditório. Por um lado, a ufania em torno da realização da Copa do Mundo abre precedentes para discursos modernizadores, e por tabela, para ascensão de discursos de valorização urbana, encarecendo o direito a cidade. Por outro, os protestos recentes contra o aumento das passagens de ônibus revela uma camada da população ciente destes direitos e querendo subordinar os contratos com empresas concessionárias junto ao poder concedente. Considerando que tal escalada de mobilizações não era prevista às vésperas da Copa das Confederações, os gestores destes municípios – e os respectivos governos estaduais – acabaram endurecendo o braço repressivo.

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A última década foi de profunda transformação na sociedade brasileira. Vive-se melhor, temos consumo acessível - quase suntuoso – oferta de massa de crédito e visíveis avanços materiais nas condições de vida. Aversão nada agradável deste avanço é o co-governo entre quase todas as forças políticas, saindo vitorioso ideologicamente o Consenso de Brasília, como é referida na literatura de política e relações internacionais, a soma de ortodoxia macro-econômica com um peso a mais na geração de emprego direto e fortalecimento de mercado interno. Tal Consenso gera acomodação das forças sociais e pouco ou nenhum espaço para a política institucional mais à esquerda. Em períodos de refluxo, resta a internet. Protesta-se muito através das redes sociais no Brasil e esta opinião não encontra eco nos poderes de fato. A conseqüência é a canalização destas demandas legítimas, colocando contra a parede o Brasil moderno e inclusivo que se quer vender lá fora.

 

Nada é mais universal do que o transporte coletivo em metrópoles totalmente congestionadas pela expansão do automóvel individual. Ao contestar as margens de lucro das concessionárias de ônibus, os manifestantes afirmam que o direito à mobilidade deve subordinar os interesses empresariais do setor. Como quase sempre, qualquer Poder Executivo tende para o lado dos empresários, alegando risco sistêmico ou quebra do setor da economia. Daí o apelo para a repressão desenfreada é sempre uma opção. O nível de violência é o reflexo desta escolha dos executivos municipais. Considerando que o controle urbano aumenta em períodos de grandes eventos esportivos, conclui-se que mais episódios como estes tendem a se repetir.

 

 

O artigo foi originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat

 






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