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Questionário de rádios comunitárias e o padrão Iboc


Este padrão será mais um atentado a identidade tecnológica brasileira e a capacidade nacional de desenvolvimento científico



Recentemente, dois alunos de jornalismo da colega de Emerge, profa Dra. Eula Cabral, me fizeram uma entevista por email. São alunos da UniverCidade, do Rio de Janeiro, e me autorizaram a reproduzir como Nota de E & A. A íntegra vai abaixo.

Bernardo de Oliveira Botelho

- Quais são as principais mudanças para uma rádio com o advento da tecnologia digital?

Com o advento do rádio digital, as mudanças serão várias. Porque a "inovação" tecnológica nunca é "neutra", e menos ainda inclusiva. A mudança, em último caso, vai implicar que a indústria eletro-eletrônica

pare de fabricar em um curto prazo de tempo, receptores de rádios que não sejam digitais. Ou seja, deixarão de serem fabricados rádios analógicos. Não há nenhuma definição de maior eficácia ou outra propaganda para vender a idéia da tecnologia. Por ex., o suporte magnético é melhor para captar áudio para rádio do que o suporte digital. O rádio digital no padrão que está sendo implantado e sem discussão com os movimentos populares é um decreto que atende ao oligopólio.

- Qual sistema é o mais vantajoso para as emissoras radiofônicas?

É impossível afirmar isso porque a pergunta parte da premissa de que as emissoras têm um interesse único. Para o oligopólio,sem dúvida que é o padrão Iboc. Para a democracia na comunicação, o ideal seria implantar um Sistema Brasileiro de Rádio Digital, assim como o SBTVD. A idealização seria um gestor público, coordenador de rede e distribuindo espaço eqüidistante no espectro.

- O que muda para o ouvinte?

O ouvinte como receptor passivo, idéia trabalhada pelo oligopólio, terá cada vez menos opções para escutar. Capacidade de interação, menos ainda. Isto porque várias emissoras já não têm radialistas, usam play-lists e spots publicitários. Ou então, transmitem em rede satelital nacional, coisa que também é ilegal. Com o padrão IBOC, as emissoras tendem a ser nacionalizadas, diminuindo a diversidade, aplicando o mesmo padrão de linguagens, massacrando os sotaques e culturas regionais. Ou seja, em essência, só piora o que já é ruim.

- Com a escolha do padrão IBOC, o que acontecerá com as rádios comunitárias?

As rádios comunitárias serão obrigadas a fabricarem transmissores digitais não-homologados e entrar na briga pelo espectro. E, simultaneamente, não usar os estúdios do padrão Iboc e menos ainda pagar os US$ 75.000 anuais de royalties para uso dessa tecnologia. Não aceitaremos isso de forma passiva; aliás, já não estamos aceitando.

Victor Menezes Cruz

1.O que seria, realmente, uma rádio comunitária?

É uma emissora de baixa potência, controlada por um conselho gestor composto de entidades do movimento popular e da sociedade civil local-regional, voltada para a difusão da cultura popular e com o dever de ser a voz e o espelho de um amplo setor da sociedade de classes que não tem como se

ver e ouvir na mídia corporativa.

2.Qual a sua opinião sobre a digitalização do sistema de rádio do Brasil?

A digitalização pode ser democrática ou exclusiva. Na verdade, toda e qualquer novidade tecnológica pode ter distintos usos e aplicações. O SBTVD por ex, foi uma grande iniciativa, experiência científica nacional brilhante e seria um padrão digital brasileiro e voltado para o bem comum. Mesmo assim, o SBTVD não foi implementado e o governo central terminou por adotar o padrão japonês defendido pela Globo. No rádio, trabalha-se com a idéia de fato consumado, aplicando o Iboc, levando os testes para mais de 100 emissoras e com um prazo de aplicação sem passar por consulta popular.

A luta pelo SBRD vai estourar no 1º semestre de 2007.

3.Qual o posicionamento das rádios comunitárias em relação ao sistema IBOC, que será adotado como o modelo de rádio digital no Brasil?

Já disse acima, somos contra esse padrão. Ele é o mais elitista e o mais caro. É a tecnologia que ocupa maior lugar no espectro. O IBOC atenta contra os interesses nacionais e só serve ao oligopólio. E, como sempre, ninguém foi sequer consulado.

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