Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

Marina, Eduardo Campos e mais do mesmo

diariodocentrodomundo

Marina Silva e Eduardo Campos representam a dissidência potável do lulismo, fruto da relação de co-governo e pacto com setores dominantes da economia brasileira

10 de outubro de 2013, Bruno Lima Rocha

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, a acreana Marina Silva, decide por aceitar o convite da direção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e se filia a esta legenda. Se somadas as intenções de voto suas e de Eduardo Campos, governador de Pernambuco; observa-se uma real ameaça para a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Para além da análise política como corrida de cavalos e jogos de oportunidades, a filiação da criadora da abortada Rede de Sustentabilidade, reflete a mesma crise de representação política tão contestada nas ruas brasileiras na jornada de protestos, cujo ápice foi em junho.

enviar
imprimir

Qualquer teoria democrática que inclua a organização de cidadãos em torno de um conjunto de ideias verá o conceito de experiência política acompanhado pelo sentido de pertencimento. Imagino a reação de um militante de base, membro de diretório municipal de um partido, ao ver todas as suas instâncias internas esvaziadas, ou atropeladas, a partir de manobra eleitoral da direção estadual ou nacional. Quando uma líder política da envergadura de Marina é convidada a participar de uma sigla, trazendo consigo um enorme volume de votos, ninguém em sã consciência espera que a ex-companheira de luta de Chico Mendes irá, pacientemente, construir sua trajetória dentro da nova agremiação para, em um par de anos, começar a disputar cargos eletivos.

O processo é justamente o contrário. Políticos profissionais com cacife vêem seus passes disputados por executivas nacionais assim como empresários e cartolas brigam por contratos de craques de futebol. Se avaliarmos sua trajetória pregressa, quando ainda liderava seringueiros e extrativistas na Amazônia Legal, a hoje política fez o inverso quando era sindicalista e defensora do meio ambiente. Na década de ’80, a construção partidária surgiu do movimento popular e deste saíam os projetos de poder. Três décadas após, tenta erguer um partido já com viés eleitoral, sem a densidade social necessária para diferenciá-lo do pragmatismo político.

É possível que a manobra leve Marina e Eduardo Campos, ou vice-versa, ao Planalto. Justiça seja feita, a filiação realizada não é nenhuma novidade, sendo empregada na última década pelo governo de quase todos. A ex-ministra demonstra ser uma operadora política de primeira grandeza – com chances reais de ganhar na urna o Poder Executivo. Ao mesmo tempo, materializa com a jogada o pior da política brasileira, reforçando a mesma crise de representação radicalmente criticada no país.

Artigo originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat






voltar