A crise que se abatera no mercado financeiro mundial tem várias causas simultâneas e conseqüentes, mas uma razão de fundo. A financeirização da economia. Eis a função e causa até do termo: “a economia real X ativos financeiros”.
O lastro da economia dos EUA, mais popular de 8 entre 10 cidadãos da maior potência do mundo era a casa própria. Afirmo aqui o termo “era” por que o mesmo evaporou na chamada “bolha imobiliária”. Bolha esta, inflada e explodida pela competência das empresas de análise de risco. As mesmas grandes amigas das empresas de consultoria, como as gigantes Merrill Lynch, ou Arthur Andersen, especialistas em superfaturar balanços, como o da Enron, campeã absoluta na fraude. Antes dos balanços fraudulentos foi a crise das empresas pontocom.....e a roda do moinho vai girando.
Recordo este episódio da etapa anterior do governo Bush para compreendermos o lodaçal da jogatina e dos ataques especulativos. No caso brasileiro, quando mais da metade do dinheiro que entra vem para a ciranda digital, eis a porta aberta para uma possível crise de irracionalidade.
A economia digital-financeira é dotada de outra materialidade, concentradora e liquidante de economias de materialidade anterior (dita real). Esta bolha é cíclica, faz parte da antiga “queima de papéis”, iniciada ainda no século XIX. A escolha de cada Banco Central e governo é o que mede o grau de adesão na sandice financeira globalizada.