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O sindicalismo oficial brasileiro é especialista em incinerar seu capital político


O ilibado deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), junto com outros colegas com assento nas direções nacionais, comemoram junto a Chinaglia e Garibaldi Alves a manutenção do repasse do imposto sindical de trabalhadores e patrões. Os empresários bancaram o baile, mas não foram dançar em público. Assessoria é tudo.

Para a Revista Voto, Maio de 2008

A coluna deste mês se fixa em um dos debates de fundo que atravessa o movimento sindical brasileiro. Um reflexo do governo Lula foi a fragmentação das entidades dos trabalhadores. Criaram-se uma série de novas centrais e outras estariam por vir. Rachando por esquerda ou por pragmatismo, acirra a crise interna na Central Única dos Trabalhadores (CUT). É curiosa a equação da política. Quanto mais forte se tornou a CUT, com menos militantes esta central pode contar. O cálculo político também se inverte.

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Atendendo as lealdades com a “base aliada” do presidente que foi metalúrgico, a CUT, na figura de outro metalúrgico, seu ex-presidente Luiz Marinho, aceita a troca do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) pelo da Previdência Social. Resultado: pagará o custo político da manutenção do chamado “fator previdenciário”, entregando a máquina do MTE para os outrora rivais da Força Sindical, hoje sob a hegemonia de Paulo Pereira da Silva, deputado federal pelo PDT (SP).

O que se pode depreender desta manobra? Porque uma entidade sindical abre mão de sua representatividade, arrisca perder mais capital político e deixa sua direção como alvo? Porque a lógica operando é a de subordinação do protagonismo, ficando a luta e a manutenção de direitos em um segundo plano. Prioritário passa a ser a governabilidade e a submissão da central sindical perante os lances do xadrez político. E os tempos do tabuleiro eleitoral são muito mais apurados do que o relógio das classes.

Diante da fragmentação entre as centrais governistas – as mais importantes – ainda houve a superexposição. O país fica estarrecido com a festa oferecida por “sindicatos” para os parlamentares que aprovaram a manutenção do imposto sindical. Outra vez a sobrevivência da máquina político-administrativa, assegurando a sustentação financeira de milhares de dirigentes liberados e afastados do mundo do trabalho, falou mais alto do que o capital político. Para manter a taxação sobre um dia de trabalho por mês, as centrais sindicais fizeram um pacto com as entidades patronais. A vitória foi conjunta, mas os sindicatos apanharam sozinhos da mídia que cobre o Congresso.

Subordinando a pauta do trabalhador às necessidades de um governo de coalizão, a política sindical passa a ser um poço de contradições. Um exemplo é a “luta” do Ministério da Previdência Social contra o PLC 42/07, já aprovado no Senado, de autoria de Paulo Paim (PT-RS), ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e correligionário de Luiz Marinho. Se aprovado na Câmara, o projeto garante o reajuste de aposentados e pensionistas igual ao reajuste do salário mínimo. Além disso, acaba com o chamado “fator previdenciário”, que reduz em torno de 40% do valor das já magras aposentadorias. A loucura é tão grande que Intersindical e Conlutas, oposições sindicais por esquerda, fazem a luta em defesa das medidas deste projeto. A trampa é perfeita. Se barrado, a CUT pagará a conta. Se aprovado, a maior das centrais governistas será vista como aquela que tentou barrar a conquista. Assim, enquanto não se afirmam novas referências no sindicalismo, é impossível não aumentar a desconfiança dos trabalhadores para seus “dirigentes”.

Este artigo foi originalmente publicado na Revista Voto, edição de Maio de 2008, Ano 3, No.43, página 68, ISSN 1982-730-X






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