A animação no Brasil remonta ao início do século XX, com a produção do curta metragem "O Kaiser", de Álvaro Marins, no ano revolucionário e deveras emblemático de 1917. A próxima animação veio apenas no final da década de 20 e chama-se "Macaco Feio, Macaco Bonito" (1929) de Luiz Seel. Contudo, o longa animado considerado o número um só veio a ser criado nos anos 50, depois que todos já conheciam de cor e salteado o Mickey Mouse, Popeye, Looney Toones entre tantas outras produções estadunidenses. A obra que encantou muita gente e chegou a ser comparada à Fantasia de Walt Disney tem um nome lírico que acompanha a coletânea de relatos folclóricos da região Norte do Brasil: "Sinfonia Amazônica". O diretor Anélio Lattini Filho dedicou em torno de cinco anos na produção.
Na década de 60, influenciados pelas cores psicodélicas que emanavam das produções vindas da terra do Tio Sam, os animadores brasucas enveredavam para uma experiência estética mais fluida. Em 1961 os artistas plásticos Rubens Francisco Lucchetti e Bassano Vaccarini fundaram o Centro Experimental de Cinema de Ribeirão Preto, um núcleo para produzir filmes de animação com uma produção mambembe. A matéria-prima do Centro era produtos de papelaria. Possuem dentre as diversas produções, trabalhos interessantes: "Abstrações" e "Tourbillon".
Já nos anos 70 a animação brasileira deu uma guinada, devido a atuação do grupo Fotograma. Mesmo com a repressão e a censura em tempos de ditadura militar, eles conquistaram o seu lugar. Prova disso é o emblemático "Batuque", que Pedro Ernesto Stilpen criou usando papel de embrulho e luz natural. Um convênio muito bem-vindo entre o Brasil e o Canadá permitiu que alguns profissionais pudessem aprender com tutores canadenses e transformou os anos 80 em uma década muito mais feliz para a animação brasileira. Dessa parceria surgiu um dos germes da produtora Anima Mundi, que desde de 1993 realiza um dos festivais de animação mais importantes no mundo. No final de 2002, chegaram a lançar um DVD com o melhor de suas últimas programações.
Revisão: Bruno Lima Rocha
Texto de Daniela Soares, editora do trecos&trapos.