O apoio financeiro é de extrema importância para um Estúdio de Animação no Brasil, para que se possa encarar a produção de um longa-metragem. Mesmo os grandes estúdios, como a Mauricio de Sousa Produções, têm que recorrer a diversos acordos e contratos para dar conta do custo de uma animação de longa duração. Devido a estas dificuldades muitos artistas especializados saem do país para trabalhar em estúdios gringos e colaboram em projetos de grande alcance, como nos casos de Carlos Saldanha (co-diretor de A era do Gelo2) e Eduardo Gurman (que participou da produção de Animatrix).
Infelizmente nós não temos uma produção à vista de nossos olhos, o que se mede pela grande dificuldade de comercializar, distribuir e exibir. No exterior também há esse desconhecimento. Basta acessar as páginas das associações internacionais de Cinema e Animação, por exemplo, e ver o tema dos artigos publicados especificamente sobre animação. Não há quase menção das produções brasileiras.
Há esperança, se novas oportunidades aparecerem as possibilidades de produzir trabalhos originais, como Anabel, de Lancast (primeira animação brasileira na Nickelodeon) ou o longa Wood & Stock, baseado nos quadrinhos de Angeli, são muito maiores. As oportunidades podem ser escassas, mas a criatividade e a vontade vês sempre em abundância. Todo ano o Anima Mundi anuncia a inscrição de um número cada vez maior de inscrições de curtas e longas metragens de animação produzidos em terras tupiniquins. Sem contar os cursos de animação que englobam as variadas técnicas ou especialidades, desde a animação disneyana (clássica) e stop-motion, até a animação em 3D. No entanto, além da boa e velha esperança e da espera por campanhas da Ancine e do Governo Federal é preciso entrar nessa briga.
Revisão: Bruno Lima Rocha
Texto de Daniela Soares, editora do trecos&trapos.