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Yeda Crusius contra-ataca

carta maior

A última vez que a herdeira política de Thatcher no RS se movera na defesa de seu governo, não optou pelo ataque midiático, mas pela repressão direta nas bases sociais mobilizadas.

15 de julho de 2009, da Vila Setembrina um dia farrapa, Bruno Lima Rocha

A governadora Yeda Crusius (PSDB) resolveu sair das cordas, convocou a mídia do estado e contra-atacou a saraivada de fatos policiais transformados em fatos midiáticos apontando diretamente contra o primeiro escalão de seu governo. Mas, ao invés de contrapor fatos com fatos, ou ao menos interpretações, declara que o acionar da Superintendência da Polícia Federal na Província de São Pedro tem motivação política. A ex-ministra de Itamar se refere a duas operações federais, a Solidária e a Rodin, cujas investigações ainda estão em andamento. De forma pouco sutil, manda recado para o pré-candidato do PT ao Piratini e titular do ministério da Justiça, o advogado Tarso Genro. De sua parte, o chefe político da maior ala da direita do PT gaúcho lança apenas uma nota sóbria, falando enquanto ministro de Estado na defesa da polícia judiciária da União. Pelo cálculo político clássico, o contragolpe era uma necessidade, porque semana passada foi difícil para o co-governo dos herdeiros de Nelson Marchezan pai aqui no RS. Vejamos por que.

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A semana começa com debandada. O ex-procurador geral do estado e até poucos dias atrás secretário da pasta da Transparência Carlos Otaviano Brenner de Morais pediu sua exoneração. Além de reclamar da morosidade para instalar o portal da “transparência”, Otaviano se posicionou publicamente pelo afastamento de Walna Villarins Meneses, assessora direta e da cota pessoal de Yeda. Walna, embora não seja alvo da Polícia Federal, foi pega em conversas suspeitíssimas (gravadas sob ordem judicial e divulgadas pelos veículos de comunicação do pago) com Neide Viana Bernardes, esta sim indiciada na Operação Solidária.

Como se não bastasse, a PF torna público que o secretário estadual de Irrigação, Rogério Porto, e a ex-secretária-adjunta de Obras Públicas, Rosi Campos, estão sendo indiciados pelo crime de tentativa de fraude nas barragens dos arroios Taquarembó e Jaguari. Para os leitores de fora do estado, estas obras e o titular da pasta são a menina dos olhos da governadora Yeda Crusius, em função da seca sistemática que o setor primário gaúcho sofre já há uma década. Além disso, a PF também admitira que o secretário estadual de Obras, o deputado estadual (licenciado) Marco Alba (PMDB) é alvo da mesma investigação.

Yeda não afastou a nenhum dos dois secretários e age de forma prudente, batendo em Tarso e não deixando os aliados à mercê da sorte. Se abandonar Marco Alba solitário na planície, o PMDB gaúcho retira a blindagem e libera sua bancada para completar as assinaturas que faltam para instalar a CPI da Corrupção no parlamento gaúcho. A economista neoclássica já tem bastante problema com o desafeto Lair Ferst dando o caminho das pedras para os procuradores da república. Outra defecção pode lhe custar um preço elevado demais.






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