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Brasil se alinha com a UE e se distancia da América Latina


Sarkozy é a ponte entre o Brasil e a União Européia. Como sempre ocorre na política internacional, os contratos de armamento caminham ao lado da diplomacia e do intercâmbio cultural

Bruno Lima Rocha

4ª 24 de dezembro de 2008

A visita do presidente francês Nicolas Sarcozy trouxe à tona um tema clássico na política. Vejamos. Nosso país tem como objetivo fixo a presença no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante sua estada, Sarkozy declarou que a França apóia o assento brasileiro permanente nessa instância de regulação global. E, não por coincidência, a abertura do voto francês veio junto do anúncio de um contrato de US$ 2,7 bilhões em compras de material bélico e transferência tecnológica da França para o Brasil. O pacote inclui cinco submarinos, sendo quatro convencionais e um nuclear. As naves vão ser construídas no Rio e a tecnologia sensível incorporada. O mesmo procedimento se dá na compra de 51 helicópteros, dos quais cinqüenta seriam montados no país. Os contratos prevêem vinte anos de conclusão e entrega do total do arsenal. Assim podemos concluir que se trata de uma aproximação do Brasil com a França e, por conseqüência, com a União Européia.

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É da lógica da política. A riqueza natural e o potencial econômico de um país necessitam de um grau de dissuasão, leia-se capacidade bélica, tanto operacional como tecnológico. Aqui o tema em pauta são as águas nacionais, a zona econômica exclusiva (as 200 mil milhas náuticas) e a exploração do petróleo em águas profundas. Já na faixa territorial, o patrimônio a defender é a biodiversidade da Amazônia Legal, o controle das fronteiras e a restrição da presença de “pesquisadores” estrangeiros em solo nacional.

Como já disse em artigos anteriores, me filio à concepção ultra-realista da análise política, aí incluindo as relações internacionais. Nesta forma de analisar os cenários e estruturas, se compreende que a capacidade bélica é o braço operacional das articulações diplomáticas, da expansão econômica e projeção ideológica. A partir deste ângulo, entendo que a negociação do Brasil com a França, e a aproximação desta com o G-20, afirma o unilateralismo brasileiro para o Continente.

No mundo real, a compra de armamento e transferência tecnológica é a materialização de uma aliança política. O contraponto é no âmbito latino-americano. Mais uma vez o país líder da região exerce a liderança se distanciando dos vizinhos. Depois, quando reclamam do Brasil sub-imperial e de costas para a América Latina, ficamos surpreendidos.

Este artigo foi originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat.






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