O escândalo do momento é a buraqueira das estradas. É preciso ser justo, este problema não começou nem terminou no governo de Lula, é apenas a continuidade de um modelo de transporte falido, onde todo mundo chora e quem termina por pagar, quando paga, é o usuário ou o Estado.
Mas, dentro da cota de culpa e responsabilidade do atual governo no Planalto, fica uma lição conceitual. Nem para níveis mínimos de gerência pública os eleitores tem condições de influir. Uma das peças preferidas do receituário do COPOM é a DRU, que por sinal é anticonstitucional. Ou seja, para a Desvinculação deRecursos da União destinados pela carta constitucional para saúde e educação aí a regra vale.
Lula e seu núcleo duro somente e tão somente incorporam em sua prática de governo a desvinculação orçamentária segundo o casuísmo do momento. Certo também é que exageram, ao pagarem seviços extras do Ministério dos Transportes e fazerem um auê sem fim no orçamento. Tem rombo e não-chegada de recursos nos ministérios da Defesa, Minas e Energia, Cidades, Meio Ambiente, Fazenda além do próprio MT.
O melhor de mais este desastre público é o interessante uso do sistema Siafi e da Rede Governo. Eis o porque esta página tem este link de capa. Não, não é propaganda oficiosa do Planalto mas sim facilidade de acesso. Voltando às estradas, o imposto sobre combustíveis tem o mesmo fim da CPMF; que nada tem nem de provisória nem está vinculada somente à saúde.
O problema viário no país começa a entortar nos anos 20, governo de Artur Bernardes, quando governar já era abrir estradas. Não por acaso a Ford Motors Co. sustentava este governo que exercia mando sob estado de sítio. Sobretaxar o trabalhador e o consumidor só resulta em algo efetivo quando o recurso está destinado e sem volta. Exemplo é a sobretaxa na gasolina e o imposto sobe autos para levantarmos a Petrobrás.
Como 2006 é ano eleitoral, nada mais louco como uma Buracobrás será criada. talvez vejamos máquinas na pista, mas nada sistemático nem com objetivos de longo prazo. A conta é alta e antiga. Tão ancestral que nenhum candidato, seja ele imigrante, quatrocentrão ou arribista vai sequer pensar em pagar.