O jornal Valor Econômico, de 9 de novembro de2005, nos brinda com longa nota, explicando os porquês de Palocci ter de ir ao Senado. Vejamos a cabeça da matéria seguido de comentário nosso.
“ Palocci cede a ultimato e vai ao Senado explicar-se. Por Raymundo Costa e Maria Lúcia Delgado, de Brasília.
Sob forte pressão do Congresso, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, decidiu comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, provavelmente na terça-feira, para responder as acusações que se acumularam contra ele nas últimas semanas. Num movimento paralelo, o ministro concordou com a liberação de R$ 1,2 bilhão do Orçamento, boa parte para o pagamento de emendas parlamentares. A execução orçamentária, que em nove meses superou meta anual de superávit, é um dos principais focos de tensão entre Palocci e os congressistas. Os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo, e do Senado, Renan Calheiros, em conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuíram ao rigor fiscal do ministro as dificuldades que o governo enfrenta para votar projetos de seu interesse. “
Já dissemos algumas vezes e somos obrigados a repetir. O Congresso só vota se e caso o governo de fato, Palocci e Meirelles, liberem parte do cofre. Atingida e superada a meta do superávit, chegou a hora de começar a gastar, atirando no alvo da reeleição. O rigor fiscal é exigência da Banca, que manda nos governantes de fato. Chantageado pelos parlamentares, Brasília abre mão de parte de nossa verba para atender obras nos currais e redutos eleitorais.
Só o que não dá para entender, é o porque de fatos como esse serem vistos como exceção quando na verdade, são a regra! Quando algo é repetido sistematicamente, então não é factual mas sistêmico. Algum brasileiro de boa fé por favor comunique isso aos “nossos especialistas”. A classe política já sabe quais são as regras do baile.