A queda do diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, é uma operação política clássica. Entregam-se os anéis para não perder os dedos. Na prática, a cabeça fica no lugar, ou seja, ninguém mexe em Meirelles ou Mantega, mas sabe-se lá até quando.
Guido Mantega segue “imexível”, blindadíssimo e dando a cara para bater na interna da direita petista. É certa a versão de que Bevilaqua se “demitiu”, preferindo “projetos pessoais”. Também é certo que é uma mudança com forte caráter simbólico. Para a política econômica e o co-governo do Copom com a Casa Civil, deixar vivos e mandando a Meirelles e a Dilma é uma ação salomônica de Lula.
A cabeça da hidra oscila entre a farra dos juros e as pajelanças do PAC. Do alto da torre de seu castelo de areia, a 10ª economia observa a maré subir e virar. Crescimento pífio e recessão mundial é uma visão aterrorizante.