Mesmo não sendo o forte desta página, somos levados pela emoção colorada a comemorar em conjunto com mais de 60% do Rio Grande a vitória do Internacional S.C. É óbvio que a crônica desportiva tende a pintar de poesia o jogo de futebol, mas sabemos que as 4 linhas transcendem a própria realidade da paixão de massas. O Inter, superando as dificuldades, levando uma gestão profissional e apaixonada pelo clube, doando-se à entidade Internacional e não fazendo do clube um trampolim para financiamento ilícito ou promoção política. Dessa vez foi diferente.
Para falar de futebol temos autores e páginas mais que especializadas, mas a análise transversa do jogo mais popular e apaixonante do mundo é uma das metas deste portal. Os mais de 20.000 colorados presentes nas ruas, confrontando um sol de 38º graus e a pouca paciência da Brigada Militar, deram mostra de sua identidade. Toda a simbologia presente na festa, incluindo a quebra de protocolo do presidente Fernando Carvalho na tribuna de honra, e a tricolor do Rio Grande tremulando em Yokohama, recheou de emoções a mais de 8 milhões de pessoas.
Infelizmente, a presepada já começou. O ministro das relações institucionais Tarso Genro entra em rede estadual de rádio, se insinuando para a direção colorada, pedindo para o Inter ir falar com o presidente “colorado” em Brasília. Na chegada ao estado, na 3ª de manhã (ou de tarde, de acordo com a conversa com Luiz Inácio) descerão na Base Aérea de Canoas e não no Salgado Filho. Isto porque a Brigada não consegue assegurar a segurança da massa colorada que quer receber ao seu time. Massa esta, mais de 44.000 associados ao clube em dia, suando para pagar o débito em conta das mensalidades, e tratada como inimiga da ordem pela Secretaria de Justiça e Segurança (SJS, que será repartida em duas por Yeda Crusius).
Após aterrizar, a hipocrisia da carona das “autoridades” que ajudaram a falir o Rio Grande do Sul, como o prefeito gremista (conselheiro do time da Azenha e aliado de Paulo Odone) José Fogaça, o torcedor do Caxias e fundador da Tosca Germano Rigotto e o presidente da Assembléia e um dos grandes responsáveis pela quase falência do Inter, Luiz Fernando Záchia. Foi seu irmão, associado com sua presença nefasta na mídia futeboleira e no Conselho do clube, que quase levara ao maior clube do Rio Grande a morrer a míngua na beira do Guaíba.
Roga-se a São Sepé que o advogado Fernando Carvalho se mantenha advogado e dirigente de futebol, sem se enveredar pelo universo da demagogia futeboleira. Na senda desta esperança, as vilas da Região Metropolitana continuam fornecendo a matéria prima para o Celeiro de Ases. E, como diz uma das músicas, na possibilidade do retorno das sanguessugas à diretoria do Internacional, lembramos:
“Vamos, Inter querido, prá cima deles, Popular está contigo!”