Ao que parece, dessa vez, o Comando Militar do Leste enlouqueceu de vez. Para reaver uma ínfima parte de seu paiol, 10 FALs desviados, além de algumas pistolas, o EB arrisca seu prestígio e função institucional. Não é a primeira vez que os militares ocupam a "Cidade Maravilhosa".
A Operação Rio I se deu durante a conferência da ONU sobre meio ambiente, chamado de ECO-92. Pouco tempo depois, no último mês de governo Brizola, já com a posse do vice, e no verão subsequente, de dezembro de 1994 a março de 1995, o Exército volta a ocupar morros no Rio de Janeiro.
Acordo com intervenção federal já no governo FHC, 1o. mandato, a operação em termos de controle foi um sucesso, mas para o longo prazo redundou em nada. Como era esperado, houveram desaparecimentos e mortes, dentre as vítimas, algumas lideranças comunitárias, notoriamente opositoras a presença do narcotráfico em suas respectivas favelas.
Agora os generais atropelam o governo do Estado do Rio, passam por cima da jurisdição da PM, a convocam como tropa auxiliar e nem se preocupam com as repercussões. O secretário de segurança, delegado federal Marcelo Itagyba, vê-se contra a parede, assim como o ex-capitão do BOE da PMERJ, chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro LIns.
Por 10 fuzis, o EB arrisca tudo. Sinal de quem tem pouco a perder no momento.