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A África do Sul na encruzilhada após apartheid

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Nem mesmo Mandela impediu o saque das elites sul-africanas durante a Copa do Mundo de 2010. Os 20% mais ricos ainda controlam 80% do PIB nacional.

1º de agosto, Bruno Lima Rocha

Após dez dias a trabalho na África do Sul, aproveitando para conversar com militantes de movimentos sociais e de agrupações à esquerda do governo, pude constatar a encruzilhada onde hoje se encontra o país.

Passados quatorze anos de democracia, a república criada em 1948 a partir da unificação das colônias inglesas e territórios “livres” dos bôeres (descendentes dos holandeses) não conseguiu superar a herança do apartheid e o capitalismo racial.

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A transição iniciada em 1991 foi concluída em 1994, quando o Congresso Nacional Africano (ANC), ganha eleições gerais. Pouco a pouco, os setores mais sectários, como a direita africâner (branca e racista), assim como o partido zulu Inkhata, foi perdendo espaço. A estrutura de suporte do movimento de Nelson Mandela é junto ao Partido Comunista (SACP) e a Central Sindical (Cosatu).

Com estre tripé, os governos de Mandela, Thato Mbeki e Jacob Zuma consolidaram uma hegemonia política, tornaram-se elite dirigente e projetaram globalmente a maior economia do continente africano. Mas foi só.
Com quatorze anos de exercício da “Revolução Nacional Democrática” (NDR), os dados seguem alarmantes e a realidade desesperadora. Mandela e seus sucessores não mudaram a estrutura da riqueza circulante, e mesmo com a fuga de capitais brancos, os 20% mais ricos ainda controlam 80% do PIB nacional.

Para ter uma ideia do abismo social (remanescente do sistema racial), 70% dos jovens estão desempregados e mais de 19 milhões de crianças vivem abaixo da linha de pobreza.

Ultrapassando os números, o problema é a falta de projeto de câmbio. Apenas uma mostra é a falta de transporte público nas cidades, onde praticamente não existem ônibus circulantes, apenas vans de particulares. O governo da ANC não quis e tampouco conseguiu derrotar os controles destas máfias, deixando a população sem serviço básico.

Como as únicas estruturas políticas e sociais que atravessam toda a população - incluindo os falantes de dez idiomas distintos, além do inglês como língua franca – são as que compõem a Aliança, fica abafado o protesto social.

Em seu lugar, ocorre um duplo discurso, o mesmo ao qual estamos acostumados no Brasil depois de uma década de governo de centro-esquerda.

A encruzilhada após apartheid se encontra na perda de legitimidade e memória coletiva do período da resistência, e a crescente corrupção das elites dirigentes. Estas integraram o país nas fragilidades da economia global; fizeram a Copa de 2010, e sem dividir renda ou poder com as maiorias.

Texto publicado originalmente no Blog do Noblat.






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