No exato momento em que traço estas linhas, o nobre Senado da república segue em sessão fechada. Péssimo exemplo de uma casa parlamentar que nem deveria existir. Não há a menor necessidade de termos uma casa revisora, a chamada câmara alta. Os 81 senadores, em tese, representariam os estados. Tal não é verdade, a começar pelo aliado de Renan Calheiros, José Ribamar Sarney, homem de sofisticada capacidade de equilíbrio político ao gerar mazelas no país.
No início desta manhã, alguns senadores entraram em choque físico com os seguranças do Senado. Um deles, o ex-ministro da Reforma Agrária e ex-comunista Raul Jungmann, trocou socos e chutes mal dados com um homem da polícia legislativa. Cena dantesca, mas sincera. O ambiente político do país passa por manobras jurídicas e corrupção estrutural.
Uma liminar do STF denota a intervenção branda dos poderes. O Legislativo, que de tudo faz menos legislar, se apóia no Judiciário para bancar seus pressupostos. De sua parte, a Suprema corte escora-se na caneta do Planalto, quase sempre com a bancada da Presidência na mais alta instância jurídica do Brasil. Luiz Inácio repete no Planalto o mesmo erro de condução dezenas de vezes praticado no ABC paulista. Lavando as mãos, indo viajar, aceitando de antemão que fritem o eterno aliado de todos os governos de turno desde que estes mesmos governos sejam aliados seus.
Limpa a própria imagem e ordena que o professor de Economia da USP Aloizio Mercadante e a ex-sindicalista catarinense Ideli Salvatti saiam em defesa salvacionista do amigo Renan. Talvez não lhes reste tempo algum....