Escrevo esta Nota enquanto o nobre e valoroso Senado da república “federativa” vota em sessão fechada o futuro imediato do ilibado ex-homem de confiança de Collor, artífice de sua queda, ex-ministro de FHC e interlocutor privilegiado de Luiz Inácio em seu primeiro e segundo mandato.
Plenário fechado, os furos começam a sair através da internet. Santa invenção para a liberdade de imprensa aumenta a ousadia e a informalidade da redação. Temos uma nova linguagem, promovida ao centro dos acontecimentos durante o escândalo do Mensalão.
Outra vez Renan entra em cena. Caso não fosse a pressão midiática, monopólio e o escambau incluídos, Calheiros estaria tranqüilo e calmo. Caso não fosse esta mesma visão monopólica e a coisa ia feder. Explico. Se Renan cai atirando, a maior parte dos poderes de fato vai ao escrache. Repito isso não irá ocorrer. Os capitais associados não serão atingidos por nada que passe com Calheiros. Mais, o tema terá suas idas e vindas, e talvez morra quando terminarem o trabalho de photoshop nas fotos de Mônica Veloso.
O jornalismo brasileiro é um espetáculo. Consegue trabalhar mais e melhor em ditadura do que em democracia. E não culpem ao Estado ou a censura, é a autocensura que opera na mente de focas ainda nos primeiros anos de faculdade. Mesmo assim, a reportagem tupiniquim é das melhores.
Nota originalmente publicada no dia 12 de setembro de 07 no portal de Claudemir Pereira