Nas últimas duas semanas de dezembro, o Grupo de Transição, ou Núcleo de Transição, intentou implantar uma racionalidade tecnocrática e gerar governo à margem da aliança de classes e do pacto de co-governo que a elegeu. Como se dizia no desenho animado:
“Não funcionou!”
A reviravolta dentro do Núcleo Central se deu a partir de sua composição. Dele fazem parte a própria Yeda, seu marido e também economista Carlos Crusius, o até 6ª passada ainda secretário de governo e cientista político Fernando Schüller e o secretário de Fazenda, funcionário do fisco estadual e ex-presidente da FEE Aod Cunha. Além destes, entra Daniel Andrade, poderoso homem da cota de Yeda e Ariosto Calau, da carreira burocrática do Ministério do Planejamento.
A própria montagem deste nucleamento estratégico já sinaliza quais são as lealdades da ex-deputada federal. Isto porque todos os seus membros são diretamente vinculados ao pequeno PSDB gaúcho, capitaneado por Yeda em pessoa, a partir da pugna que derrotara ao professor de literatura Antônio Hohlfeldt na interna tucana. O problema estruturante para a tecnocracia tucana do pago é ausência de um sistema financeiro autóctone a quem devotar lealdade. Na inexistência desta, terá de aturar Tigres, Sperottos, Feijós e Johannpeters. A sede do novo governo, ou fica no bairro Sarandi, na ponta da Assis Brasil, quase em Cachoeirinha; ou de fronte ao Mercado Público, na sede do Palácio do Comércio.