Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

Efeitos atuais do golpe de 1º de abril – 1


No sábado, 22 de março de 2014, com ênfase em São Paulo, aconteceu a marcha da Família com Deus pela Liberdade, um grupo minoritário e barulhento, uma mutação de direita que apareceu com o saudosismo da caserna e seu sentido de ordem. Algo semelhante aconteceu no mês de março em 1964 (conforme imagem acima).

26 de março de 2014, Bruno Lima Rocha

Neste artigo e no próximo, abordo o tema de meio século do golpe cívico-midiático-militar de 1º de abril de 1964 e que veio a resultar na odiada ditadura. Para superar a redundância do fenômeno histórico já muito abordado, opto por avaliar seus efeitos no tempo presente.

enviar
imprimir

O segundo trimestre de 2013 viu emergir nas ruas um país ainda desconhecido. Após uma década de pasmaceira, com visceral revolta contra o sistema político e o estatuto da democracia representativa, milhões de brasileiros foram lutar por direitos fundamentais, motivados pelos gastos bilionários e os desmandos da Copa das Confederações como evento teste da Copa do Mundo que se avizinha.

O repúdio aos partidos de tipo burguês, aqueles que se propõem a operar como intermediários entre demandantes e o aparelho de Estado, vinha de uma crítica por esquerda.

Os ativistas e militantes regulares queriam mais democracia - de tipo direto e participação nas decisões fundamentais – e não menos. Mas, como grupo minoritário e barulhento, uma mutação de direita apareceu, saindo das redes sociais com saudosismo da caserna e seu sentido de ordem.

Infelizmente, dessa vez a comemoração pelo golpe não partiu de generais de pijama e sim dos ativistas reacionários. O lema “eu era feliz e não sabia” transforma-se no início do século XXI numa reedição da famigerada Marcha com Deus pela Família e a Liberdade, desta vez sem a direita católica insuflando.

No sábado, 22 de março, em algumas capitais de estado, com ênfase em São Paulo, vimos a remontagem tanto desta peça de propaganda política como de uma contra marcha. Esta, reeditava a Frente Única Antifascista, quando em 7 de outubro de 1934, anarquistas e comunistas tomaram a Praça da Sé e puseram a correr as hordas fascistas da Ação Integralista Brasileira. E, por mais que pareça caricato cerca de mil pessoas falando em voz alta a favor da ditadura, é sinal de que uma parcela da classe média posiciona-se bem mais à direita.

Para sorte dos brasileiros, até agora a extrema-direita recente não chegou a constituir um partido de massas. O extinto PRONA de Enéas teve esta oportunidade e não o fez. Talvez agora a nova versão do integralismo tente algo.

Já a esquerda hegemônica é a grande traidora, escolhendo o co-governo com membros da ARENA ao repúdio completo de todas as faces da ditadura. Se há algum responsável por ressuscitar o pensamento reacionário é a desilusão com os ex-reformistas, hoje conformados com alguma distribuição de renda sem divisão do poder dominante.

Artigo originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat.






voltar