Deu no Josias, blogueiro e jornalista da Folha Online. Vejamos apenas os dois primeiros parágrafos:
“ Conexão Dusseldorf
Já está no Brasil a papelada recolhida pela promotoria de Nova York com informações sobre a origem do dinheiro que abasteceu as contas de Duda Mendonça, o publicitário da campanha presidencial de Lula, no exterior. Pioneira na investigação, a CPI dos Correios não verá, por ora, a cor dos documentos.
Os dados se encontram em poder do Ministério da Justiça. Por ordem do ministro Marcio Thomaz Bastos, estão sendo providenciadas duas escassas cópias. Uma vai para o Ministério Público. Outra, para a Polícia Federal.”
Em seu conflito interno de personalidades e funções, o advogado criminalista está ganhando do ministro da Justiça. Defende seu cliente preferencial, o presidente, com lealdade canina. Breca tudo o que pode, ajuda a emperrar o envio de documentos do sistema bancário e financeiro para as CPIs. Sabota no limite do possível a munição a ser utilizada contra a Presidência a partir dos dados levantados nas investigações.
O ministro tenta evitar o mal maior, algo que já está por acontecer. Ou seja, com a fritura de Dirceu e a troca do Núcleo Duro, o alvo passa do capa-preta para o metalúrgico. Jefferson disse: Sai daí Zé! Zé foi “saído”, não saiu. E hoje, ao invés de um problema, o Planalto tem dois. Um é o tapetão promovido pelo próprio Zé, evitando que a derrota de 13 a 1 já sofrida duas vezes consecutivas, se concretize na cassação de seu mandato. O outro são os extratos e movimentações bancárias.
As origens do dinheiro, batem à porta de Lula. Será esta a chance do PFL e o PSDB aproveitarem para saírem de sua indecisão e partirem pro impedimento (abrasileirando a palavra impeachment). Agosto de 1954 se transfigura, na forma de realismo fantástico, em novembro de 2005. Lembrando ao mexicano Carlos Fuentes quando da crise do México em 1994:
- “Neste país (o dos aztecas), a realidade já supera a ficção!” No Brasil também.