Se alguém afirmar que sabia de antemão os resultados das urnas no Rio Grande do Sul está mentindo. Os últimos dias marcaram o nervosismo e a imprecisão, tanto das coordenações de campanha como dos institutos de pesquisas. Rigotto já na 5ª última estava com os nervos à flor da pele, provavelmente se perguntando o porquê do destino lhe reservar tamanha ingratidão de seus pares. Como se sabe, a derrota começou na disputa pelo controle dos diretórios Municipal (Porto Alegre) e Metropolitano do PSDB/RS. Especificamente, a briga foi na interna tucana, entre Antônio Hohlfeldt (então vice-governador) e Yeda Crusius (deputada federal).
Isto no plano da política, porque no jogo pesado com os sistemas Fiergs e Farsul, a maior agressividade neoliberal de Paulo Afonso Feijó (vice de Yeda pelo PFL) marcou a posição dos capitais gaúchos. O passe do empresário de tradicional família foi alvo de disputa entre PP e PFL. A legenda do PP no RS é diretamente associada à clássica agrária, está em via de rota e choque com Maluf em São Paulo e não tinha candidato para o Planalto. Logo surge o pequeno PFL gaúcho, apresentando-se ao lado dos tucanos como “novidade”, 18 anos depois da Constituinte que os terminou de moldar. Feijó com Yeda é a soma do capital com a tecnocracia. Candidatura ideologicamente neoliberal tem como pauta única o gerenciamento executivo dos recursos do Estado para apropriação privada.
O parágrafo acima é conceitual e não um panfleto. Acreditem, em uma consultoria privada, escreveria e falaria exatamente estas palavras que aqui digito. Este 2º turno promete.