O Natal do ano de 2006 teve uma característica no mínimo inusitada. Já na semana anterior das festas, o sistema aéreo brasileiro entrou em pane novamente. Não basta acusar os controladores ou mesmo a militarização. A crise resulta em demanda reprimida, irresponsabilidade gerencial do governo e uma lacuna aberta pela falência da Varig. Esta última, apesar da incompetência e esbanjamento, no plano operacional, era muito superior à empresa Transportes Aéreos Marília, a TAM.
Durante o ano eleitoral, José Dirceu participou de algumas estripulias. Dentre elas, além da articulação com a EBR de Eike Batista (e qualquer semelhança com o Dossiê Vedoin, podem verificar, não é mera coincidência), uma mui rara e esquisita triangulação. A figura geométrica partia da TAM, atravessava a presença estranha de Berezovsky no possível refinanciamento e compra da empresa Viações Aéreas Rio-Grandenses e passava pela afirmação da TAM como maior empresa nacional de aviação civil e comercial. Assim como estas misteriosas negociações tipo-negociatas na tem explicação publica, o mesmo se dá quando a crise estoura na ponta do sistema. Ou seja nos aeroportos onde nada nem ninguém informa coisa alguma e nestas dúvidas abaixo:
Como e porque a maior empresa nacional comete seguidamente o famoso “overbooking”?
Como e porque somente no pico da crise a Anac tomara uma atitude obrigando a empresa TAM a parar de vender passagens aéreas sem lugar correspondente nos vôos?
É certo, o sistema aéreo brasileiro, com demanda reprimida, convivendo com sua absurda e ainda existente militarização leva o país ao caos. Mas, ao longo de 4 anos, deu tempo de sobra para criar e formar uma escola de aviação civil, de nível técnico e que possa suprir a carência de controladores que antes passam somente pela EEAR em Guaratinguetá. Não pode ser que o gênio nacional, criador de um parque aeronáutico, do ITA e da Embraer não consiga dar conta de suas próprias inovações tecnológicas!
Será a sina de um governo fraco e com articulações nebulosas sempre prejudicando ao próprio país?! Não querendo parecer antinacional, mas imagino, apenas supondo, o que aconteceria se estes atrasos se dessem em Ezeiza. !Ay mamita querida!