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O litoral distante do mar; ou a defesa intransigente do idioma vivo e sem fronteiras


Escudo oficial da cidade de Mercedes, no coração da província de Corrientes, Litoral argentino, localização de uma das estâncias de Jango, justo onde o ex-presidente foi assassinado



Escrevo esta Nota no limiar da exaustão intelectual. Carlos Drummond de Andrade dizia que escrever é 10% inspiração e 90% transpiração. Se Drummond, gênio da língua de Camões natural de Itabira da Boca do Monte, se sentia cansado, imaginem a nós pobres mortais. O cansaço do qual reclamo de forma senil é quanto ao universo da internet brasileira.

Explico. Entrei neste espaço virtual através da possibilidade de escrever um artigo por semana para o blog de Ricardo Noblat. Função esta que ocupo desde setembro de 2005 e que muito me orgulha. Alguma projeção decorrente é inevitável, tal e como as desqualificações mais que desqualificadas. No artigo desta 4ª, dia 30 de janeiro do ano da graça de 2008 após o nascimento do filho do carpinteiro de mãe cananéia (portanto palestina), senti os horrores do obscurantismo na web.

Toda semana um ou mais leitores escrevem para me xingar. Até aí tudo bem, a gente se acostuma, como dizia o ex-funcionário do MEC durante a constelação Gustavo Capanema. Já ouvi de tudo, até um mordedor profissional, jabazeiro conhecido na capital gaudéria me chamou de praticante de misoginia esquerdista.. A capacidade de inventar conceitos é tão criativa quanto a pajelança econômica dos anos 80!

Já ouvi também que eu escrevia a soldo! Ai quem me dera, falar o que falo e ter recursos abundantes, tal e qual uns e outros por aqui, que giram em torno de R$ 35.000,00 limpos por mês somente para difundir "notícias" e postar "analistas convidados".

Esta semana algo me surpreendeu. Recebi um correio eletrônico de um leitor bastante irritado. Dizia ele que eu sequer sabia onde fica a Província de Corrientes. Tudo porque o desavisado, por sinal muito competente oficial Caramuru,entendeu que o “litoral” argentino é na costa oceânica. Não sabia o profissional castrense que ao sul do Mampituba, ser costeiro também é viver na costa fluvial, na barranca do Rio dos Pássaros, ou Rio Uruguay e seus afluentes. Desconhecia também o termo oficial, utilizado pelo governo nacional da terra nativa de José de San Martín. Por sinal, San Martín era litoraleño de um pueblito cerca de Gualeguaychu, e estudou nas séries iniciais em uma escola missionária junto a crianças de etnia tape-guarani.

Pacientemente enviei-lhe um enlace do portal do governo austral, onde se especifica as províncias parte do Litoral ou Mesopotâmia como tanto gostam de dizer los hermanos del lado de allá da Barranca. O sítio esse se chama Litoral Argentina e inclui a Santa Fé, Entre Rios, Corrientes, Formosa, Chaco e Misiones. Destas terras, as correntinas e misioneras são fronteira com o Brasil. Corrientes conforma um mosaico de cenários belíssimos, sendo impossível a um ser humano com sensibilidade terrunha, passar por suas águas e não se encantar. Esta província era parte da Liga Federal de los Pueblos Libres, entidade política comandada por José Gervasio Artigas, general de homens livres, homem do qual basta citar para entender do que se trata. Na cavalaria federalista operando na Banda Oriental, um em cada seis lanceiros era rio-grandense. Pero si fueron los gauchos y quedó la tecnocracia. Asco!

Voltando ao proferido entrevero de termos geográficos se deu porque na cidade de Mercedes, Província de Corrientes, nordeste e litoral da Argentina, João Goulart tinha uma de suas estâncias e justo nesta localidade foi assassinado por envenenamento. Esta é a versão que defendo e expus o ponto de vista no artigo semanal para o Noblat. No mais, é só confusão. Paciência, pois esses são os ossos do ofício.

Esta nota foi originalmente publicada no brioso portal santamariense de Claudemir Pereira.

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