1º de Junho Boletim No. 13, 2ª Fase, Ano 2, ISSN 0033-1983
Vila Setembrina dos Farrapos traídos em Porongos; Gran Porto Alegre
Apresentação – da edição enviada na madrugada de sábado para domingo último para mais de 12.000 endereços eletrônicos e uma centena de listas de discussões
Inicio este boletim bilíngüe comentando algo que ocorreu há pouco tempo. Aliás, há pouco mais de 24 hs, ontem, em sala de aula, durante um debate do curso que ministro de Estratégias de Comunicação & Política. Comparando o dever ser com a versão rodrigueana da vida, “a política como ela é”, todos em aula nos demos conta de duplo discurso. Um, é o da suposta norma, e é subalterno. Na concretude das ações que levam a CPIs sem fim e gente e estruturas locupletando-se através do controle parcial do Aparelho de Estado terceirizado, a norma é outra. Assim, aquilo que chamamos de anômalo, não é. É a norma real embora velada.
Isto vale em diversas escalas. Vejam bem, a norma real do marco política brasileira analisada de forma singela e quase descritiva. Ao contrário do que proclama a cartilha neoliberal, a função estatal é de servir como fonte de acumulação e desvio de recursos. O governo de turno opera dentro do pacto de continuidade, que por sinal é um tema recorrentemente abordado por este portal e boletim. No caso dos governos estaduais, a situação é a do chamado domínio de enclave, e nesta escala se dão as disputas e fraudes dos consórcios político-eleitorais. A “moral do banqueiro veneziano ou genovês” se expressa na forma concreta, naquilo que transformaram o “gigante adormecido de América”.
O país tem três pólos, sendo o governo da União o fiador da dívida e da política econômica. Atua para dentro das fronteiras de uma forma semelhante que o sistema financeiro age no ambiente da ciranda digital globalizada. Se esta não for a plataforma, os alicerces da análise de conjuntura apontando traços estruturantes no Brasil, tudo não passa de fantasia. É como a verba destinada para o SUS, conquista de direitos históricos vilipendiados pela DRU e o caixa único sob controle de um banqueiro. Ou se cumpre a destinação original de 30% da seguridade social brasileira para o maior sistema de saúde público do mundo, ou o SUS e seus “usuários” viverão orando para não morrerem por abandono. Falando em “usuários”, clamo aqui aos antepassados desta parte do Sul do Mundo, clamando de volta a norma chula pero sincera da língua. Isto porque, digam-me ó vendedores de livros de auto-ajuda empresarial, tu linguajar do gerencialismo, Maldición del Malinche pós-moderno, quando nós deixarás em paz?
Recordando ao pajador oriental de Cerro Largo, território da Liga Federal de los Pueblos Libres, el Gaúcho Carlos Molina, nos ensinou esta maledicências na forma de uma copla de expurgo das idéias de outros.
“Como me han basteriao los desengaños
hoy ya vengo pegando la “sentada”
si usted quiere ser güey siga el surco
yo elijo el descampao y no la marca”