O governo Yeda Crusius conseguiu ao menos uma vitória em seu primeiro ano. A chamada lei das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) foi aprovada ontem na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Conforme havíamos dito aqui, o Plano de Recuperação do Estado não foi aprovado em função do pacotaço. Se viessem medidas privatizantes, estas teriam aprovação. Ainda mais sendo votadas em um ano não eleitoral. Dito e feito.
A meta estratégica do empresário da cultura Fernando Schüler era emplacar a terceirização das Fundações. A vitória do neoinstitucionalismo, oriunda do homem que era assessor de Francisco Weffort, foi o dever cumprido perante os financiadores do doutorando de filosofia sob orientação do filho intelectual de Denis Rosenfield. Ontem, desceu ao piso do parlamento e foi negociar no corpo a corpo com a base aliada antes rebelde. Deu certo.
Com 37 votos a 17, o governo da professora de economia da UFRGS conseguiu a “sinalização” necessária exigida pelo Banco Mundial. John Briscoe acenou com o adianto do empréstimo, se e caso uma das metas fossem cumpridas. De certa forma, a Buenos Aires da Autopista e Puerto Madero começa a reviver no pedaço brasileiro do Cone Sul. Ainda resta a regulamentação embora a batalha mais importante das Fundações já está ganha.
As levas de iconoclastas com terno e gravata conseguiram algo. De maio em diante, em parceria com a ex-esquerda agora ocupando postos-chave em Brasília, Yeda e Schüler conseguirão o que tanto desejam: entregar o estado do Rio Grande para gestores externos.