Estrat�gia & An�lise
ISSN 0033-1983
Principal

Artigos

Clássicos da Política Latino-Americana

Coluna Além das Quatro Linhas

Coluna de Rádio

Contenido en Castellano

Contos de ringues e punhos

Democracy Now! em Português

Democratização da Comunicação

Fale Conosco

LARI de Análise de Conjuntura Internacional

NIEG

Original Content in English

Pensamento Libertário

Publicações

Publicações em outros idiomas

Quem Somos

Sobre História

Sugestão de Sites

Teoria



Apoiar este Portal

Apoyar este Portal

Support this Website



Site Anterior




Creative Commons License



Busca



RSS

RSS in English

RSS en Castellano

FeedBurner

Receber as atualiza��es do Estrat�gia & An�lise na sua caixa de correio

Adicionar aos Favoritos

P�gina Inicial












































Artigos
Para jornais, revistas e outras mídias

O balanço bancário no paraíso dos financistas


A farra eletrônica anda de braços dados com a mídia financeira; incontrolável e pondo de joelhos aos possibilistas de sempre ou ao governo de turno.



O simples anúncio do balanço final anunciando os lucros líquidos de Bradesco e Itaú seria algo estarrecedor. Mas, como estamos amortecidos, tanto pelo absurdo do cartão corporativo como pela ausência de meta estratégica para o país e o Rio Grande, terminamos por ver o mundo de ponta cabeça. Quando os bancos lucram, a maioria perde. É inevitável e faz parte das regras do jogo da economia capitalista. Só falta explicarem essa regra de lógica para o grande público.

A fonte de lucro das instituições bancárias está embutida no custo do dinheiro como mercadoria. Ou seja, a Banca empresta 100 e lucra 110 com o próprio empréstimo. Tu compras a crédito uma geladeira e paga para o agiota uma geladeira e meia ou duas. Quem marca a tabela de juros é o governo de fato, me perdoem a brincadeira, é Mister Fernando Henrique Meirelles e seus sábios do Conselho de Política Monetária (Copom). Quem dera que todos os conselhos de Estado e de participação popular fossem tão resolutivos como este. Não o são. O Copom está para a democracia neoliberal e financeira como o antigo Conselho de Segurança Nacional estava para a ditadura militar.

A usura não atinge apenas a compra de geladeiras e consumo individual, mas também e principalmente os empréstimos para capital de giro e financiamento de expansão da indústria brasileira. É por isso que os poderes de fato atuando na economia buscam sempre os cofres da viúva, usando e abusando da Santa Mãe BNDES e seus juros subsidiados. Vale para o latifúndio, para os capitães da indústria (como a Gerdau), transnacionais que aqui vem investir e meios de comunicação de massa. No Brasil, até os bancos tomam empréstimo no BNDES, quando da constituição de consórcios, para adquirirem com dinheiro público ex-estatais semi-privatizadas.

Na hierarquia dos agiotas com selo de qualidade da CVM e Banco Central, na cola de Bradesco e Itaú estão duas instituições privadas. O Santander Banespa, a Banca basca-espanhola que comprara a proeza de Quércia ao levar à falência o então maior banco estadual do Brasil e o pelo Hong Kong & Shanghai Bank Co., a nobre instituição financeira de sua majestade a rainha da Inglaterra, criada para financiar a ocupação da península chinesa e bancar o tráfico de ópio mundo afora e China adentro. Aqui no país tropical, o nobre HSBC comprara o Bamerindus, controlado pelo igualmente ilibado ex-senador da república José Eduardo Andrade Vieira de família igualmente nobre e honestíssima. Esta última compra foi fruto podre da ventania e vendaval posterior ao Proer, ajuda esta que custara a fatura na conta da viúva da bagatela de R$ 50 bilhões. Possivelmente o Santander fará uma oferta “irrecusável” para a família Moreira Salles, coordenando-se com o ex-homem forte do Banco Mundial no Brasil, o ex-presidente de fato Pedro Sampaio Malan, vice-presidente do Conselho de Administração da instituição patrocinadora da sétima arte brasileira.

Enquanto isso, em sua tela de HDTV padrão japonês Globo-NEC, todo brasileiro pode ver nos intervalos entre Duas Caras e Big Brother 8 a inserção comercial caríssima falando do Banco do Planeta, o Bradesco. A instituição financeira que era da família Amadeu Aguiar e adjacências, dentre estas, o Banco Espírito Santo, Bank of Tokyo e outro banco basco-espanhol, o BBVA (Bilbao Vizcaya) e um grande guarda-chuva, controlado pela própria Fundação Bradesco e que compõe a Nova Cidade de Deus Participações – contando com inclusive com participação acionária da empresa Globo Cabo S.A. Sim caro leitor, falo de uma instituição financeira, com participação da Banca estrangeira, e que se associa à família Marinho, Aguiar, Sirotsky e etc. para controlar uma empresa de mídia e comunicação eletrônica.

Voltando ao Banco do Planeta, a instituição de agiotagem oficial disse que vai gastar 70 milhões em projetos de desenvolvimento sustentável e o devido equilíbrio ecológico na Amazônia Legal. Pura bobagem. Esse montante, que é menor do que a fortuna pessoal de Mr Meirelles – fortuna esta que é vedada a investigação de sua origem por obra e graça do STF – equivale a menos de 3 dias inteiros de lucro líquido do Bradesco. Quanta hipocrisia!

Enquanto isso, a imagem dos bancos segue quase inabalável, para alegria do governo de turno e contentamento ainda maior dos asseclas de sempre. O Planalto anuncia o crescimento recorde e a robustez da economia tupiniquim perante a crise do subprime dos EUA. Pudera, aqui nenhum agiota com cnpj empresta para quem não tem liquidez, e, penhora de hipoteca de casa não é uma operação corrente no gigante adormecido. Aqui a Banca faz o que quer, e os juros seguem firmes e altos, os mais altos do mundo. Não é só o Bradesco e Itaú que faturam, não temos o Banco do Planeta, mas somos o Planeta-Banco, o país dos bancos, onde só o Jogo do Bicho e os cassinos são proibidos, no mais, toda a jogatina financeira além de liberada, comanda o Executivo com mãos de ferro e voz de galã de novela das nove.

Esta Nota foi originalmente publicada no portal de Claudemir Pereira.

enviar
imprimir






voltar