O governador Germano Rigotto e o Grupo Votorantim estão com sua parceria de vento em popa. É sabido e notório que no dia 3 de novembro deste mês, a VCP, subsidiária da Votorantim para área de papel e celulose e o Piratini, assinaram o início do licenciamento para instalação de papel e celulose na Metade Sul. A nova planta vai se instalar em área de 400 a 500 hectares, no eixo daquilo que deveria ser o corredor do Mercosul, entre Rio Grande – Pelotas e Arroio Grande, precisamente entre as BRs 471 e 116.
O tamanho da área é gigantesco. Previsto plantio de eucalipto em 30 municípios, a compra de terras já começou em 14 municípios, com 67 mil hectares adquiridos pela VCP. Isto, além do incentivo para produtores plantarem pinus e eucaliptos em suas áreas. Nesta versão, já estão sendo cultivados 5 mil hectares em terras de terceiros, além de 11,5 mil em terras próprias. A solução encntrada para desenvolver a região, ao invés de superar o latifúndio e a monocultura, é reforçar o modelo. Ou seja, latifúndios de tamanho gigantesco e monocultura de eucaliptos.
O Rio Grande vai abrindo de terras férteis, parte do aqüífero guarani, diversos mananciais e a capacidade de repovoar uma região enraizada, terrunha e atávica aos gaúchos das 3 fronteiras. Abordo o tema, entre outros, em artigo a ser publicado amanhã no Noblat, e portanto paro por aqui.
Para não nos alongarmos, vale lembrar da letra do cantador popular, embora faça campanha para a direita agrária, Gaúcho da Fronteira:
“ se for preciso, eu volto a ser caudilho
reergo a lança, que ficou pra trás,
porque não quero deixar pro meu filho
a pampa pobre que herdei de meu pai!”
Tá na hora de reerguer todas as lanças e adagas possíveis, antes que seja tarde demais. O cacique charrua Bagé, o irredutível, que ajude ao povo da fronteira oeste, fronteira sul, litoral sul e centro sul. Os bandeirantes estão voltando.